Jornal Povo

CONDENAR A INTERVENÇÃO APENAS, NÃO É O PAPEL DE QUEM É PAGO PELO POVO.

Observando os posicionamentos de uma parte da esquerda oportunista, acerca da intervenção militar no Rio de Janeiro, pude perceber o quanto são confusos, contraditórios, pouco práticos e porquê não dizer, mal intencionados?

É consenso que a medida do Presidente Temer ainda é cercada de muitas incertezas e receios, mas está amparada pelas esferas democráticas e judiciais, uma vez que o congresso aprovou a matéria de forma maciça e o judiciário sequer quis apreciá-la. Mas aqueles que se autoproclamam defensores da democracia, não são capazes de respeitar uma decisão soberana que tramitou nas instâncias constitucionais; pelo contrário, procuram disseminar o terror, tornando a situação ainda mais inquietante que já é por si só. Prestam um desserviço, a fim de manipular a sociedade, comparando a interferência pontual na segurança pública à ditadura, ou sugerindo a criação de um inédito e inconcebível, “Governo Militar Estadual”.

Políticos de diversos lugares do Brasil, como o Senador do Estado de Pernambuco Humberto Costa (PT) protagonizaram discursos lamentáveis, equivocados e indiferentes ao grave momento do Rio de Janeiro.  Esquecem que essa terra durante algumas décadas, acolhe cidadãos de todo país indiscriminadamente, em busca do sonho de viverem na cidade maravilhosa. Não há um “Centro de Tradições Cariocas” em lugar algum do Brasil, mas no Rio, tem um Centro de Tradições Nordestinas. Quando a desesperança por muitas vezes bateu no povo do seu Estado ou da sua região, Senador Humberto, foi para o solo fluminense que eles vieram sonhando em ganhar a vida, para com dignidade e decência sustentarem suas famílias.

É duro ouvir depoimentos como o seu, a respeito do Rio de Janeiro, como se fôssemos um lugar historicamente hostil e por vontade da nossa gente. O senhor tá citado na Operação Lava-Jato acusado de receber mais de meio milhão de reais em propinas, Senador! Que moral tem para avaliar ou opinar sobre nossa situação? Quando o senhor se refere à medida como “dispendiosa” para os cofres públicos, lembre-se que dispendioso é o senhor e sua quadrilha. Ao chamar o ato de “Bolsonarização do Governo Temer”, lave a boca para falar de quem pretende pôr na cadeia, quem recorre às mesmas práticas que você. Nossa desordem foi provocada por pessoas que agem do mesmo jeito que o seu, que saquearam nosso Estado e nos chancelaram com o status de vergonha nacional.

Ontem, mais um policial militar foi baleado. O Sargento Cláudio Ruschel Nogueira, um amigo, chefe de família, morador de Mesquita, o mesmo chão que o meu. E nesse momento, ele luta contra a morte em um hospital público desparelhado e precário. Estaremos pedindo a Deus por sua vida e continuaremos acreditando que a paz retornará ao nosso Estado, mesmo sem a participação de alguns daqueles que deveriam fiscalizar, acompanhar, propor saídas eficazes e reais, mas não fazem porque seus interesses partidários apesar de terem destruído o Brasil, não cessaram.

Reitero meus receios acerca da intervenção e minha preocupação maior com o povo de bem das comunidades, que se vê em meio ao fogo cruzado. Espero por parte das tropas militares respeito ao trabalhador e o máximo rigor contra o crime organizado. Mas sugiro também, que alguns parlamentares ao invés de virarem às costas para algo que nos afeta numa perspectiva de priorizar suas dissimuladas e convenientes posturas partidárias, façam seus papéis de servidores, afinal é de nossos bolsos sofridos, que saem seus salários.