Jornal Povo

Jair Bolsonaro diz que se Flávio Bolsonaro realmente errou terá que pagar pelos seus atos

O presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista a agência de notícias Bloomberg que, se seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) errou e for comprovado, terá que pagar por seus atos.

Em sua fala, Bolsonaro disse que lamentará como pai, mas que não isenta a responsabilidade de seu filho mais velho.  “Se, por acaso, ele errou e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”, disse ele na entrevista em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

Flávio Bolsonaro tem protagonizado situações controversas ao pensamento de seu pai nos últimos dias. No relatório do Conselho de Controle de Atividades (Coaf), seu ex-assessor e ex-motorista, Fabrício Queiroz, aparece fazendo movimentações atípicas em uma de suas contas, numa quantia de R$ 1,2 milhão de janeiro a 2016 e janeiro de 2017.  O Ministério Público abriu inquérito para investigar o caso. No entanto, o próprio Flávio Bolsonaro pediu a anulação dessas investigações.

Em relatório ainda da Coaf divulgado pela TV Globo na semana passada, mostra que, entre junho e julho de 2017, Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos de R$ 2 mil reais cada um, totalizando um valor de R$ 96 mil. Essas transferências foram feitas de uma agência dentro da Alerj, durante cinco dias.

Outro caso protagonizado por Flávio Bolsonaro foi o vínculo dele com o do  PM Adriano Magalhães, investigado na operação do Ministério Público contra grupos de milícia no Rio, deflagrada na última terça-feira (22). Na época que ele era deputado estadual, empregou em seu gabinete por indicação de Queiroz, mãe e a esposa do policial, que está foragido.  Raimunda Magalhães (mãe) e Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega (esposa) foram exoneradas de seus cargos em novembro do ano passado. As duas recebiam R$ 6.490, 35 mensais cada uma. Raimunda aparece no relatório da Coaf como uma das receptoras de depósito para Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio Bolsonaro.  No documento ela depositou para Queiroz uma quantia de R$ 4,6 mil reais.

Desde março de 2015, a mãe de Adriano aparece na Alerj como assessora de liderança do Partido Progressista (PP), partido que Flávio Bolsonaro era filiado na época. Pouco mais de 1 ano ela saiu do cargo e voltou meses mais tarde, em junho de 2016, quando o então deputado estadual foi para o Partido Social Cristão.

Adriano recebeu duas condecorações de Flávio por seus serviços como policial militar. A primeira foi em 2003, quando ele ainda era do serviço de patrulhamento tático móvel no 16ºBPM (Olaria) e a segunda em 2005, quando foi homenageado com a Medalha Tiradentes por sua trajetória na corporação.

Em nota, Flávio Bolsonaro diz que isso é uma tentativa de manchar sua imagem e enfatizou que a mãe de Adriano foi contratada por Queiroz. Quanto as homenagens a Adriano, ele diz que isso é apenas uma dentre várias que ele já fez em sua trajetória parlamentar.

A defesa de Queiroz, por sua vez, disse que repudia qualquer tipo de associação ao nome dele com a milícia carioca.