Jornal Povo

Jean Willys afirma que deixará o mandato de deputado federal e sairá do Brasil

Jean Willys (PSOL) afirmou em entrevista a Folha de São Paulo que quer deixar o cargo de deputado federal e sair do país. Ele, que está no seu terceiro mandato e foi eleito pelo Rio de Janeiro, diz que tomou a decisão porque teme por sua integridade. Jean está de férias fora do país e pretende seguir a vida em sua carreira acadêmica.

Willys diz que desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, sua parceira de partido, em março do ano passado, tem andado sob forte escolta policial. “O Pepe Mujica [ex-presidente do Uruguai] quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide, os mártires não são heróis’. E é isso, eu não quero me sacrificar”, disse.

O deputado também ressaltou o vínculo no senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com familiares do policial militar Adriano Magalhães, que é um dos investigados de uma operação da polícia civil e do ministério público contra grupos de milícia no Estado e apontado como um dos envolvidos na morte de Marielle. “Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, diz Jean.

Entre outras coisas que fizeram Jean Willys chegar a essa decisão estão as Fake News espalhadas ao seu respeito, como a que o deputado federal eleito por São Paulo, Alexandre Frota (PSL) fez em dezembro do ano passado, quando colocou uma foto dele com a frase ‘A pedofilia é uma prática normal em diversas espécies de animal, anormal é seu preconceito’, dando a entender que ele defende prática e pedofilia. Frota foi condenado em primeira instância a pagar uma indenização de R$ 290 mil reais pelo fato ocorrido.

Jean Willys ainda fala da liberdade política no Brasil. Ele conta que, em virtude disso, decidiu abrir mão do cargo de parlamentar. “ “Como é que vou viver quatro anos da minha vida dentro de um carro blindado e sob escolta? Quatro anos da minha não podendo freqüentar os lugares que eu freqüento?”, finalizou.