O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, negou nesta sexta-feira (1º) o pedido de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para suspender as investigações do Ministério Público, com base no relatório de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) onde apontam movimentações “atípicas” em sua conta bancária e de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz.
Como se elegeu senador, Flávio Bolsonaro alegou foro privilegiado como principal argumento para parar com as investigações. No dia 17 de janeiro, o pedido foi acolhido pelo ministro Luiz Fux, que na ocasião, estava à frente do plantão no STF. Foi solicitada pela defesa de Flávio que o caso fosse encaminhado ao STF e que as provas apresentadas fossem anuladas. No entanto, o ministro Marco Aurélio negou essas decisões fazendo com que o caso volte a primeira instância.
O caso
Flávio Bolsonaro e seu ex-motorista e ex-assessor, Fabrício Queiroz, são alvos das investigações do Ministério Público pela Operação Onda de Fumaça, que é um desdobramento da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro. Em relatório da Coaf, foram identificadas transações financeiras suspeitas, tanto na conta de Flávio Bolsonaro, quanto na conta de Queiroz, no valor de R$ 1,2 milhão. Em em 1 mês, foram realizados 48 depósitos de R$ 96 mil. Esses depósitos foram feitos de uma agência bancária da Alerj sempre no mesmo valor: R$ 2 mil reais.
Ainda de acordo com a Coaf, nove funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj teriam transferido dinheiro para a conta de Queiroz em datas que batem os dias de pagamento.
Queiroz concedeu uma entrevista ao SBT em dezembro do ano passado e disse que essas movimentações financeiras são recorrentes a negócios particulares. Flávio Bolsonaro ainda não atendeu ao Ministério Público para prestar explicações sobre o fato ocorrido. Caso seja comprovada a ação de Flávio e Queiroz, os dois podem ser condenados por desvio de dinheiro público.