Jornal Povo

Presidente da Alerj diz que está sendo ameaçado por prefeito de Japeri

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), disse que está recebendo ameaças do prefeito de Japeri, Carlos Moraes (PP), que está preso desde o ano passado por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.

As desavenças entre André e Carlos começaram em 2008, quando os dois foram candidatos a prefeito de Japeri. Naquele ano, Timor, que também concorreu ao cargo, acabou ganhando as eleições. Carlos acabou atribuindo a derrota a André Ceciliano, pois seu argumento era de que, se ele não estivesse concorrendo, suas chances de ganhar seriam maiores. A partir daí, começou uma onda de ataques ao atual presidente da Alerj e aos seus apoiadores. Em 2016, André volta a disputar o cargo de prefeito de Japeri com Carlos Moraes. Apesar de uma forte aceitação na região, ele perde por 611 votos. Esses votos teriam sido comprados por Carlos Moraes em virtude de seu possível envolvimento com o poder paralelo em Japeri. Posteriormente foi feita uma denúncia sobre fraude nas votações, porém não foi acatada.

Em entrevista ao RJ2, André Ceciliano disse que anda com escolta na rua por conta das ameaças feitas por Carlos, preso em Bangu 8. Ceciliano ainda diz que ele fala até mesmo para o diretor do presídio que irá mata-lo.

“Ele preso diz que vai me matar, inclusive falou para o diretor de Bangu 8. A gente está se cuidando, estou andando com escolta há 40 dias, mas infelizmente é isso. A realidade é que precisamos nos cuidar”, disse.

Carlos Moraes foi preso em julho do ano passado durante a Operação Sênores, deflagrada pela polícia civil com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por suspeita de associação ao tráfico. A operação tinha como objetivo investigar vínculos entre políticos e quadrilhas que comercializavam drogas na Baixada Fluminense. Quando foi preso, foram encontradas na casa do prefeito uma pistola 9 milímetros e várias munições.  Além disso, as investigações mostraram um forte vínculo dele com Breno da Silva de Souza, conhecido como ‘BR’, que é apontado como chefe do tráfico no Complexo do Guandu, em Japeri. Essa aliança seria, de acordo com as investigações, para fortalecer movimentações políticas no município. Na época em que foi preso, foi até rastreada uma ligação entre os dois onde Breno pede ajuda para impedir uma ação da polícia militar na localidade onde ele é o chefe do poder paralelo.

Em 2011, Carlos Moraes foi denunciado por fraudes em dispensa de licitação e desvio de verbas públicas para seu próprio deleite, em uma ação que envolvia contratos ilegais de mais de R$ 1 milhão de reais. Na ocasião o também ex-prefeito de Japeri, Bruno Silva Santos.