Presidente da sigla, Luciano Bivar reforça discurso de que partido não está rachado
O filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), afirmou nesta quarta, 20, que a crise gerada em torno do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, é “página virada” e negou possíveis mudanças no partido após as polêmicas.
Flávio afirmou que o deputado Luciano Bivar (PE) seguirá na presidência da legenda, apesar dos rumores de que a família Bolsonaro queria afastá-lo diante das suspeitas de uso de candidaturas laranja na eleição do ano passado em Pernambuco e Minas Gerais.
“Só porque uma pessoa é acusada, não significa que é culpada”, declarou. O próprio Flávio é investigado no caso Queiroz, revelado pelo Estado. Em relação a Bebianno, disse que preferia não comentar e que a imprensa “poderia ajudar” ao não tocar mais no assunto, porque disse que é uma questão que “machuca todo mundo”, citando o pai e Bebianno.
Bivar também evitou o assunto Bebianno e negou que esteja avaliando deixar o partido. “Não penso em deixar o partido”, disse Bivar a jornalistas. Estamos vivendo em um estado de direito onde as instituições partidárias estão funcionando perfeitamente e eu acho que o partido está muito bem, está muito unido.
Quanto a Bebianno, Bivar desconversou. “Esse é um assunto do Planalto e um direito de um presidente de nomear ou destituir um ministro. Isso não cabe ao parlamento discutir esse assunto”, disse. Ele ainda defendeu o ministro do Turismo, Marcelo Àlvaro Antônio (PSL-MG), que é deputado eleito da bancada e também está envolvido em denúncias sobre supostas candidaturas laranjas. “O ministro do Turismo é um cara corretísmo e o Jair deve muito ao esforço dele”, disse.
Reforma da Previdência. Flávio e Bivar falaram sobre a reforma da Previdência. O texto foi entregue por Jair Bolsonaro nesta quarta ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O senador disse que “o Congresso está consciente de que ou o país aprova a reforma ou o país quebra”.
Bivar disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma pequena explanação sobre o projeto. “Estamos todos imbuídos de atender o Brasil nas reformas necessárias”, disse. “Militares estão dentro da reforma, eles vão contribuir também. Acredito que do jeito que está em 90 dias esse projeto já pode estar na pauta para promulgação.”
Dados ultrassecretos. Sobre a derrota na votação de ontem da Câmara, com a derrubada de decreto editado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, Flávio minimizou e afirmou que “não tem recado” dos deputados ao governo e que a forma de política de Bolsonaro é “diferente”, com base no convencimento e não no “toma-lá-dá-cá.”
Bivar, que votou contra o decreto do governo, diz ter cometido um erro. Ele deu apoio ao pedido de urgência para votar o projeto que derrubou decreto sobre classificação de documentos ultrassecretos do governo. Além dele, outro parlamentar do PSL – o deputado Coronel Tadeu (SP) – foi contra a orientação do Palácio do Planalto. “Por incrível que pareça foi um voto errado meu.”