Jornal Povo

As máscaras e seus mistérios religiosos

Como as fantasias e máscaras influenciam no carnaval e nos adeptos do Candomblé

Foto: Blog Corpo e Sociedade

Durante muitos anos, a máscara foi usada para que mocinhos e mocinhas pudessem se esconder de seus pretendentes. Dessa maneira, podiam saber qual era o real interesse amoroso do escolhido/a diante daquela situação.

No carnaval a máscara também é usada por escolas de samba e adolescentes, através de fantasias de pierrot ou bate bola, como muitos gostam de chamar.

O ato de esconder a face traz a lembrança do palhaço apaixonado e triste. Em outras ocasiões, a máscara traz palhaços mais furiosos, o que nos faz refletir religiosamente e como ser humano.

Em alguns casos, grupos de pierrot se encontram para expor suas fantasias e, por algumas vezes, isso gera um grande tumulto.

Vendo pelo lado religioso, a questão da ancestralidade se faz presente na questão das máscaras.

O povo Bantu, da nação de Angola, trabalha a passagem da criança para fase adolescente em um ritual onde os rostos estão escondidos. Já as demais nações não utilizam esse item, mas acabam por fazer uma pintura no rosto, quando é solicitada a presença de um caminho (qualidade) de Oya, em um ato ligado aos conflitos existentes no “mundo dos mortos”.

Entre os seguidores de religiões de matriz africana fica a pergunta. Pode-se ou não utilizar máscara no carnaval? O Egbomi e um dos idealizadores da Confraria Gambito de Ouro, Paulinho de Oxalá, explica um pouco sobre a questão.

Foto: Blog Corpo e Sociedade

As máscaras, para os povos de origem africana, fazem parte de um contexto extremamente específico, onde elas são utilizadas para evocar energias que exigem o máximo respeito e cuidado, devido a sua importância e periculosidade. Visto isso, as máscaras são vetadas ao povo de santo, para que não sejamos alvo da parte negativa dessas energias. Informou Paulinho D’Oxalá. 

A acadêmica não pensa muito diferente do sagrado e, segundo estudos do Doutor em Antropologia, o Egbomi José Renato D’Airá, os iniciados devem se resguardar dessa restrição.

As máscaras são utilizadas para rituais ligados aos antepassados e cultos secretos femininos, segundo estudos e a história de nossa religiosidade. Sendo assim, não devemos utilizar em meio as festividades carnavalescas por nos tratarmos de Lessé Orixá. Finalizou o antropólogo José Renato.

Contato Bàbá Joaquim D’Ògún

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