Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho mantém sua tradição matriarcal e mostra ao país a força que a mulher possui.

Fundado por cerca de 1788, o Ilê Axé Ìyá Naso Oká (Casa Branca do Engenho Velho) foi, desde seu início com Ìyá Adeta, Ìyá Akala e Ìyá Naso, a única casa de Candomblé, onde o comando é amplamente feminino.
O tempo passa e por ali passaram diversas lideranças diferentes, como Mãe Massi, Mãe Maria Deolinda, Mãe Marieta Cardoso, Mãe Tatá e tantas outras, mas em momento algum se cogitou mudar o pensamento inicial. Reconhecendo assim, que a mulher é e sempre será, capaz de erguer, gerenciar e obter êxito em qualquer segmento que decidir atuar.
Desde o início do Candomblé entendemos a importância da mulher na criação de nossa parte religiosa e nossa ancestralidade, o que nos religa diretamente à nossa formação enquanto ser humano, perante a sociedade e resistência que o negro trava todos os dias.

Nascida dentro do acolhimento religioso e filha carnal de Conceição de Nanã, Gersonice Azevedo Brandão, autora do livro Equede – Mãe de todos, conhecida e posicionada no Candomblé como Ekedji Sinha, nos contou um pouco de como é viver diante desse regimento e se isso trouxe alguma dificuldade funcional ao longo dos anos.
– Hoje não abro mão de falar do respeito e educação ao próximo, pois isso eu aprendi dentro da comunidade de Terreiro de Candomblé com minha Mãe. Relatou Ekedji Sinha.
Os ensinamentos e lições vividas pela Ekedji fez com que ela detalhasse em seu livro, como é ser mãe dentro do àṣẹ e mostrou para interessados no assunto, mas que não frequentam nenhuma religião de matriz africana, que a prática ocorrida dentro do espaço sagrado, pode e deve ser levada para a vida.
– Ser Ekedji me ensinou a ser mãe de todos. Até mesmo os que não estão inseridos em minha comunidade. O respeito ao outro é o mais importante. Explicou Ekedji Sinha.
Sempre muito atenta ao que acontece fora da roça de Candomblé, Ekedji Sinha deixou um recado importante para as mulheres nesse momento de tanto feminicídio e luta por igualdade de gênero.
– Digo que a luta sempre fez parte, mas estaremos construindo cada vez mais espaços de debates para preservação de nossa cultura e religiosidade. Esse é o maior legado das Mulheres do partido alto. Que sempre se assumiram como mulher negra e de Candomblé. Finalizou Ekedji Sinha.
Vale lembrar que o Dia Internacional da Mulher é mais uma das inúmeras conquistas que as mesmas alcançam diariamente, mas o respeito pelo sexo que nos gera em seu ventre e põe no mundo, deve acontecer todos os dias. Elas merecem!!!
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