Os seguidores de matriz africana possuem algumas maneiras de entendimento sobre a criação do mundo e, dessa forma, os Ìtàns (histórias sagradas) auxiliam na passagem histórica dos contos de formação da terra.
Pensando nessa questão, o Bàbálawo e pesquisador Marcelo Monteiro escreveu um objeto de estudo durante anos, sobre Cosmogonia Africana, que nos remete aos momentos da criação. E foi através da dança, no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, na Tijuca, que Ana Catão colocou tudo que ouviu em prática, tirando do papel e transformando em arte.
O trabalho superou todas as expectativas, como relatou a diretora artística Aninha Catão, que é bailarina, professora de dança Afro e iniciada no Candomblé, pelas mãos de Doné Zoraia de Ògún.
– Foi maravilhoso! Tivemos duas semanas de temporada com quase todas as sessões lotadas. Somente duas não lotaram. O público foi super receptivo e recebemos muitos elogios. Foi um sucesso essa segunda temporada! Comentou a diretora.
O espetáculo aconteceu em parceria com o Grupo Tambor de Cumba, do qual Ana Catão é fundadora e também diretora da parte de artes. Com 2h de duração e duas semanas de apresentação, o Cosmogonia deixou o público fascinado com o que viu.
Quando perguntada sobre a possibilidade de turnê, a diretora nos confidenciou os planos dos idealizadores e fez um convite ao povo de matriz africana.
– Recebemos alguns convites e estamos fazendo alguns levantamentos. Somos um grupo novo. É minha primeira experiência na parte de direção artística de um espetáculo de dança. O que importa é que há o interesse de pessoas de outras cidades e estados. Precisamos a questão do investimento feito, pois são muitas pessoas envolvidas. Estou no processo de desprodução e depois vou sentar com mais calma para analisar essa questão. Finalizou Aninha Catão.
Iniciativas como essa devem ser prestigiadas e enaltecidas pelo movimento negro, pois trazem para o público, em geral, um pouco da história de nossa formação religiosa.
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