O governador do Rio confirmou nesta quinta-feira, que atiradores de elite, os snipers, já estão atuando no estado do Rio. Witzel, no entanto, disse que não faz a menor ideia de quantas pessoas já foram mortas e que não faz parte do seu trabalho saber dos mortos pela Polícia Militar (PM). As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Bom Dia Rio, da TV Globo.
“Já estão atuando. Não faço a menor ideia de quantos já foram mortos. Não faz parte do meu trabalho acompanhar quem são os mortos pela Polícia Militar. Quem tem de fazer isso é o Ministério Público”, disse.
Witzel disse que cada instituição tem um papel e que o seu é fazer a polícia funcionar. “Os autos de resistência estão à disposição da instituição, cada um tem seu papel constitucional. O meu é fazer a polícia funcionar, é dar instrumentos para que ela tenha condições de operar, com material, com homens, com treinamento”.
“São vários policiais quem têm curso de snipers, atuam na Core e no Bope e trabalham juntos nas Forças de Segurança”, disse.
Letalidade da polícia atinge recorde histórico
O número de mortos pela polícia nos dois primeiros meses do governo atingiu um recorde da série histórica para o período, de 305 vítimas. O número contrasta com a queda de 22,5% nos homicídios no mesmo período.
Em fevereiro, a Polícia Militar matou 15 dentro de uma casa no Fallet, Fogueteiro, em Santa Teresa, no Centro do Rio. A ação está sob investigação do Ministério Público que apura abuso policial por parte dos agentes na ação, considerada uma das mais violentas ocorrida no Rio nos últimos doze anos. Prontamente os policiais envolvidos na operação receberam apoio do governador: “Nossa polícia atuou para defender o cidadão de bem”, defendeu.
Witzel diz que episódio de carro fuzilado pelo Exército foi ‘erro grosseiro’
Depois de afirmar que não iria fazer “juízo de valor” sobre o episódio do carro metralhado por militares do Exército em Guadalupe, o governador Wilson Witzel (PSC) disse, nesta quinta-feira, que a atuação dos militares foi um “erro grosseiro”. O veículo com cinco pessoas de uma mesma família foi atingido por pelo menos 80 tiros no bairro da Zona Norte do Rio, no domingo.
Na segunda, o governador havia se eximido de se posicionar sobre o fuzilamento que matou o músico Evaldo Rosa. Ao jornal O Globo ele afirmou que não era juiz da causa. “Não estava no local. Não era a Polícia Militar. Quem tem que avaliar todos esses fatos é a administração militar. Não me cabe fazer juízo de valor e nem muito menos tecer qualquer crítica a respeito dos fatos. É preciso que a auditoria militar e a Justiça Militar e o Exército faça as devidas investigações”, disse.