As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) passarão a ser blindadas ainda neste ano. As bases que funcionam em contêineres serão trocadas por de alvenaria e também ganharão blindagem. Os recursos — de iniciais R$ 2 milhões — serão provenientes de convênio firmado entre a corporação e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
A informação foi divulgada ontem pelo Secretário de Polícia Militar, o coronel Rogério Figueiredo, durante o I Simpósio Nacional de Vitimização Policial. Ele informou ainda que não haverá extinção de novas unidades.
Ainda de acordo com a corporação, a cifra de R$ 2 milhões refere-se ao pontapé inicial da parceria, que contará com novos aportes ao longo do ano. Os contêineres serão trocados por unidades fixas, construídas em concreto e com vidros blindados. A troca das bases será possível graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o o MPT e empresas que têm pendências judiciais.
A medida foi elogiada por especialistas em segurança pública. Ex-chefe do Estado Maior da PM, o coronel da reserva Robson Rodrigues defende que a mudança vai melhorar as condições de trabalho dos policiais. Mas a corporação precisa ir além.
“Todos sabemos que o uso de contêineres sempre foi um improviso. A proposta, desde o início das UPPs, era substituí-los por bases fixas. Mas não aconteceu. A troca é um avanço para a tropa, mas precisamos também de outras condições dignas para os PMs. Muitas não tinham nem sanitários para usar durante o trabalho em favelas (com UPPS)”, destaca.
Para o coronel Fábio Cajueiro, presidente da Comissão de Análise da Vitimização da Polícia Militar, a medida diminuirá a vulnerabilidade policial. “O aluguel dos contêineres é mais caro do que construir bases de alvenaria. Além disso, o metal é muito fino. Não protege um policial que esteja descansando, por exemplo. Uma base precisa de blindagem para segurar um tiro de fuzil. Isso agora será corrigido”, diz.
A mudança, no entanto, ainda não tem data certa para começar. Segundo a corporação, a PM conta com 29 UPPs. O Comando de Polícia Pacificadora está fazendo levantando para traçar quantas e a ordem prioridade das primeiras que serão fortificadas.