Jornal Povo

PM Ferreirinha, acusado de atrapalhar investigação dos assassinatos de Marielle e Anderson, se entrega à polícia

O policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha negociou sua rendição e chegou, na manhã desta sexta-feira, à Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, na Barra da Tijuca. Ele é integrante da quadrilha de Orlando Curicica e foi acusado, em um inquérito da Polícia Federal, de, junto da advogada Camilia Nogueira, atrapalhar as investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ferreira é policial militar e procurou a Polícia Federal, em maio do ano passado, apontando Curicica como uma pessoa interessada na morte da vereadora.

O inquérito da PF que investigou a atuação da Polícia Civil no caso Marielle foi conduzido pelo delegado federal Leandro Almada. Com 600 páginas, o inquérito foi encaminhado ao Grupo de Atuação Especial no Combate à Organizações Criminosas (Gaeco). Ao fundamentarem que Ferreira e Camila faziam parte de uma organização criminosa, os investigadores da PF entenderam que o policial militar temia ser morto por Curicica e tinha interesse em assumir a área dominada pelo miliciano . O relatório foi para análise da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Ferreirinha foi preso na Ilha de Guaratiba, também na Zona Oeste. Apesar de ter delatado Curicica, o policial foi preso como integrante do grupo de milicianos. Além de Ferreirinha, a polícia prendeu outros oito envolvidos e cumpriu mandados de prisão contra outros sete que já se encontram presos por outros processos.

No inquérito da PF, há referência a dois advogados que atuaram na defesa de Curicica, suspeitos, segundo uma fonte da PF, de tentar obter uma suposta delação do miliciano, preso em Mossoró, a mando da contravenção. Haveria, inclusive, no início das investigações, uma conexão dos defensores com um policial lotado na DH a fim de pressionar o miliciano.