A CBF e o advogado de Neymar, Davi Tangerino, pediram o adiamento do depoimento do atacante, inicialmente marcado para sexta da semana que vem, no inquérito em que ele é acusado de vazar imagens íntimas da mulher que o acusa de estupro.
A confederação tenta adiar a oitiva para depois do torneio, a fim de não prejudicar a preparação da seleção. Além disso, o atacante deve ser ainda chamado a depor, em São Paulo, sobre a acusação de estupro — este depoimento ainda não foi marcado.
“Sugerimos o adiamento do depoimento”, disse à AFP o porta-voz da CBF.
O advogado Davi Tangerino teve uma conversa com a delegada Juliana Lopes na 6° delegacia de Defesa da Mulher, que investiga o caso de suposto estupro em São Paulo. A ideia é que o jogador se apresente espontaneamente para dar explicações, mas depois do torneio.
“Não há um tempo definido, quem manda na condução dos atos do inquérito é a delegada. Tem que ver qual o momento que ela quer ouvi-lo. Quando esse momento chegar, ele vai se apresentar para esclarecer a verdade dos fatos. Não sei precisar esse tempo, não”, disse Tangerino à Bandeirantes.
A ideia da defesa de Neymar era se colocar à disposição, para em seguida agendar com a polícia um depoimento, o que ainda não aconteceu. Mas a estratégia de se apresentar através do advogado é ganhar esse tempo.
A CBF entende que o atleta precisa estar focado no campo e se preparar para a Copa América. E também dispõe de uma assessoria jurídica que sinalizou contra o vazamento das imagens como estratégia de defesa.
Agora, a entidade acompanha o caso de perto e atenta às repercussões. Os depoimentos certamente podem atrapalhar a preparação da seleção para o torneio e seus adiamentos são vistos como importantes para que o assunto não esteja ainda no dia a dia da seleção.
Segundo boletim de ocorrência registrado na última sexta-feira, a jovem afirma que foi estuprada em 15 de maio no Hotel Sofitel Paris Arc Du Triomphe, em Paris. De acordo com ela, Neymar a convidou para encontrá-lo na capital francesa e seu assessor “Gallo” entrou em contato com a jovem na mesma data para fornecer as passagens e hospedagem.
A jovem afirma que Neymar chegou por volta das 20h no hotel, “aparentemente embriagado”. Os dois começaram a conversar, trocaram “carícias”, até que em determinado momento Neymar se tornou agressivo. “Mediante violência, praticou relação sexual contra a vontade da Vítima”, diz o BO. A jovem declarou ter retornado ao Brasil no dia 17 de maio. Afirmou que, por estar abalada emocionalmente, teve medo de registrar os fatos na França.