Jornal Povo

Atingidos por rompimento de adutora da Cedae, moradores pedem socorro em Nova Iguaçu

Uma semana após o rompimento de uma adutora da Cedae inundar mais de cem casas em São Francisco de Paula, em Nova Iguaçu, moradores atingidos pela água reclamam que ainda não receberam assistência da companhia para reaver os bens materiais perdidos nem para a alimentação:

— Eles não deram suporte. Só na quarta-feira é que funcionários vieram e ajudaram a limpar alguns quintais. Quem tem nos dado apoio é a Igreja Evangélica Unção Dobrada, que oferece almoços e colchonetes para quem precisa — afirma a dona de casa Mônica do Nascimento, de 55 anos, que perdeu geladeira, fogão, sofá, lavadora de roupas, estante e mais móveis e eletrodomésticos com a inundação.

Uma reunião entre moradores atingidos e representantes da Cedae está prevista para esta segunda-feira, às 10h. Para o encontro, segundo os residentes, foi solicitado que todos levassem contracheque.

— O que interessa para eles o quanto a gente ganha? Eu posso ganhar R$ 10 mil, não importa. A culpa foi deles, e eles são obrigados a nos ressarcir e arcar com os prejuízos — lembra o autônomo Alcir Pereira, de 76 anos.

A Cedae disse que “não há qualquer solicitação para que sejam apresentados contracheques’’ na reunião. Moradores deverão apresentar “documentos pessoais e confirmar bens perdidos já identificados por empregados da segurança patrimonial da companhia’’.

Karen Teixeira, de 26 anos, que estava em casa com o pequeno Theo, de apenas 1 ano, aguarda a reunião para definir o futuro da família.

— Para os móveis, pediram para fazermos orçamento em três lojas diferentes, para eles optarem pelo menor preço, como se fosse um grande favor.

Outros moradores mostram-se descrentes com a ajuda prometida pela Cedae. Sérgio Valle, de 42 anos, conta que famílias afetadas por rompimentos anteriores não receberam o dinheiro integral:

— Todos contam que a Cedae pagou apenas 40 ou 50% do valor do orçamento total. Infelizmente, nós vamos depender deles, e teremos que esperar — desabafa Valle.

De acordo com o secretário municipal de Defesa Civil de Nova Iguaçu, tenente-coronel Jorge Ribeiro Lopes, a estimativa é de que 400 pessoas foram afetadas. Não há desabrigados e apenas três famílias estão desalojadas. Foram 102 casas inundadas. Não há riscos de desabamentos, e alguns proprietários já foram notificados para que façam os reparos necessários nos imóveis.

Thais Dutra, de 25 anos, mora a cerca de 40 metros da adutora e perdeu os móveis que estavam na garagem de casa, utilizada como escritório pelo seu pai. Além disso, eletrodomésticos e partes do mobiliário de outras residências foram arrastadas até o quintal da sua casa.

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