Um professor de música e capoeira foi condenado há 90 anos, seis meses e vinte dias de prisão pelo estupro de dois alunos autistas na cidade de São Paulo. Pedro Henrique Barbosa, de 33 anos, cometia o estupro, gravava em foto e vídeo e divulgava as imagens na dark web, um espaço na internet que promete o anonimato e concentra atividades criminosas.
A dark web é monitorada pela Polícia Federal e a ação que prendeu o professor aconteceu após o cruzamento de imagens postadas por ele na rede proibida com outras postadas em seu perfil no Facebook. De acordo com a Folha de S. Paulo , as mães das vítimas foram avisadas pelos policiais.
“Eu surtei. Chorava. Não conseguia levantar da cadeira. Não tinha força física”, disse Patrícia (nome fictício) que é mãe de um dos meninos autistas abusados.
Os crimes aconteciam na casa do professor. Ele atendia as crianças em domicílio, mas como era morador do bairro dizia que ia leva-los para um passeio na praça a fim de aproximá-los de outras crianças e os levava para sua residência.
Patrícia disse que procurou atendimento médico para o filho no hospital Albert Einstein, na capital paulista, mas precisou esperar 21 dias para o resultado dos exames de sífilis, Aids e hepatite serem divulgados, isso porque o hospital tem um protocolo de atendimento para crianças vítimas de violência sexual.
“Claro que você pensa que esse tipo de coisa não acontece com a sua família. E eu descobri que acontece com todo mundo, que é sempre alguém próximo, em geral familiar. E que o que as pessoas fazem é jogar pra debaixo do tapete”, disse a mãe à Folha de S. Paulo.
Apesar da condenação de Pedro Henrique ser extensa, Patrícia lamenta porque daqui 30 anos o professor estará nas ruas e “poderá fazer novas vítimas de estupro”, já que o Código Penal brasileiro prevê, no artigo 75, que a pena não pode ser superior a três décadas.