A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) “desvirou a mesa” do carnaval carioca e vai mesmo rebaixar a Imperatriz Leopoldinense. O descenso da Verde e Branca de Ramos para a Série A foi ratificado em reunião nesta quarta-feira.
Na apuração do desfile deste ano, a Imperatriz terminou em 13º lugar, à frente apenas do Império Serrano. O regulamento previa o rebaixamento das duas.
No início do mês passado, representantes de oito agremiações executaram uma manobra para manter a Imperatriz no Grupo Especial. Cinco se opuseram, mas foram vencidas na plenária – a Imperatriz se absteve.
Depois de protestos e de uma manifestação do Ministério Público do Rio de Janeiro, foi convocada uma assembleia-geral na Liesa para resolver o impasse. Participaram 42 membros, entre agremiações e pessoas que fundaram ou são beneméritas da Liga.
O resultado foi 28 votos a favor de respeitar o resultado do carnaval 2019. Assim, a Imperatriz e o Império Serrano caíram para a Série A. Outros 13 membros da assembleia quiseram manter a “virada de mesa”. Houve uma abstenção.
Rixa com o MP
Se fosse mantida, esta seria a terceira manobra consecutiva para evitar o rebaixamento de escolas do Grupo Especial. Para impedir essa prática, no ano passado a Liesa assinou um termo de ajustamento de conduta com o MPRJ.
Caso fosse descumprido, a multa para a Liga seria de R$ 750 mil. Houve dois adiamentos do prazo, e a quantia nem chegou a ser paga.
Por ter assinado o acordo e discordar pessoalmente da “virada de mesa”, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, chegou a pedir demissão do cargo na reunião de junho.
Após o resultado da reunião desta quarta, Castanheira voltou atrás, a pedido de membros da assembleia.
Na próxima semana, deve haver o sorteio da ordem dos desfiles das 13 escolas do carnaval 2020. Duas serão rebaixadas, para que em 2021 o Grupo Especial tenha 12 agremiações.