Jornal Povo

O nascer e o renascer para o culto de matriz africana

Foto: Roger Cipó

Essa semana não foi possível trazer para vocês a coluna de uma semana de bons caminhos, pois estava encerrando as obrigações de algumas pessoas em meu Ilê axé.

Aproveitei o ensejo para escrever sobre algo que acho bem interessante e importante. O nascimento e o renascimento dentro do Candomblé.

Segundo o mito Iorubá, somos moldados e encantados por energias. Ganhamos o sopro da vida e somos trazidos ao mundo por Bara (Exu). Somos gerados dentro do ventre da grande mãe Oxum, que é o útero feminino. Começamos a ver a luz e as pessoas graças aos elementos de Ogum, que abre a passagem para que o neném possa sair e, muitas vezes chorar. Até o dia de nosso encontro religioso, somos amparados por Oxalá e Yemanjá, pai e mãe da humanidade.

Dentro da concepção explicada acima, onde entra o renascimento espiritual para o povo de matriz africana?

O que mais se fala é sobre a ancestralidade. A busca pela continuidade da energia de um antepassado que, se cultuado de maneira adequada, segue auxiliando a vida de seus familiares.

Esse processo inicia no abianato, que é quando a pessoa ainda está escolhendo, junto de seu Orixá regente, a casa da qual irá fazer parte e aprenderá os dogmas do segmento.

O próximo passo é a iniciação dentro do culto que, nada mais é, a ligação do corpo atual com a energia da ancestralidade. Por isso o termo renascer.

O noviço, que é chamado de Iyawo, terá que reaprender a maneira como enxerga a vida e conduz a mesma, buscando melhorar em todos os sentidos ao longo dos anos.

Esse casamento, assim como qualquer outro, possui momentos de desconforto, mas nada que vá impedir o novo iniciado de professar a sua fé e religiosidade.

O entendimento necessário para o ingresso no Candomblé se faz presente e a compreensão do mesmo por parte dos novos adeptos fará com que não hajam mistérios na maneira com que pregramos e explanamos nossa cultura.

Que tenhamos uma semana de muitas novidades e axé!!!

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