Leandro Vieira terá uma jornada dupla pela frente nos próximos meses de preparação do Carnaval 2020. O carnavalesco, que já assina o desfile da Mangueira, no Grupo Especial, assumiu também o da Imperatriz Leopoldinense, pela Série A. O convite foi feito pelo presidente da agremiação de Ramos, Luiz Pacheco Drummond, nesta segunda-feira. Na verde e branco da Leopoldina, reeditará o enredo campeão de 1981 que homenageava o compositor Lamartine Babo. Só que em época do politicamente correto, o título “O teu cabelo não nega” mudou para “Só dá Lalá”, por conta de uma “readequação para os novos tempos”.
— Hoje em dia não é mais pertinente a questão de “ O teu cabelo não nega”. Daí essa readequação para os novos tempos e para o cenário carnavalesco contemporâneo. Na verdade, isso é curioso, o samba acabou ficando mais conhecido como “Só dá Lalá”. Só fiz batizar com o nome escolhido pelo povo —afirmou o carnavalesco, que optou pela reedição, em função do pouco tempo que restou para escolha do enredo e desenvolvimento dos sambas, após a escola passar por um período conturbado de tentativa de virada de mesa para voltar ao Grupo Especial, após rebaixamento no último desfile.
Para Leandro, a opção pela homenagem a Lamartine representa a oportunidade de exaltar uma figura altamente carnavalesca —, o compositor é autor de inúmeras marchinhas, como a que deu nome ao enredo de 1981 — além de lembrar Arlindo Rodrigues, uma de suas inspirações, e que foi o responsável por levar o tema para a avenida, pela primeira vez. Porém, o carnavalesco promete um novo olhar sobre a obra, com readequações à contemporaneidade.
— É uma temática carnavalesca, que olha para o Carnaval como um espaço lúdico. Lamartine tem a alma da cidade, compôs as principais marchinhas de carnaval, é autor dos hinos dos times de futebol carioca e tem todo um repertório junino. Lamartine é festa do começo ao fim. E eu acho que nesse momento o que a escola, os torcedores e a comunidade leopoldinense precisam é o seu reencontro com a alegria. E Lamartine é alegra da cabeça aos pés.
Voltar à Imperatriz, escola onde de onde saiu em 2014, representa para Leandro restabelecer uma relação que, segundo ele, ficou interrompida. O carnavalesco disse ainda que foi na sua passagem pela escola de Ramos que ele se descobriu capaz de fazer figurinos para um enredo de escola de samba. Lá ele auxilou Cahê Rodrigues nos desfiles de 2013 e 2014, quando criou figurinos para os desfiles sobre Pará, que ficou em 4º lugar e Zico, 5º lugar, ambos no Grupo Especial.
Após essa experiência na escola de Ramos, em 2015, Leandro estreou como carnavalesco na Caprichosos de Pilares, com o enredo “Na minha mão é mais barato”. Embora a agremiação tenha ficado em sétimo lugar, seu desfile foi bastante elogiado pela crítica e o trabalho do carnavalesco foi tão marcante, que no ano seguinte ele foi contratado pela Mangueira, Na verde e rosa, conquistou dois títulos: o de 2016 “Maria Bethânia, a menina dos olhos de Oyá” e 2018, “História para ninar gente grande”. A expectativa para 2020 também é positiva:
— A expectativa é o bicampeonato d Mangueira e o retorno da Imperatriz ao Grupo Especial.