A Polícia Federal prendeu novamente, na manhã desta quinta-feira, o empresário Eike Batista. É a segunda vez que o dono da EBX vai para a cadeia.
Eike estava em casa, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde há cerca de dois anos e meio cumpria prisão domiciliar. O empresário chegou à sede da PF, na Praça Mauá, às 10h25.
Batizada de Segredo de Midas, a operação desta quinta levou em conta delações de seis pessoas. Uma delas é o banqueiro Eduardo Plass, que já foi preso pela Lava Jato.
Informações privilegiadas alimentavam a propina
Segundo as investigações, Eike e seu sócio, Luiz Arthur Andrade Correia, o Zartha, diretor de investimentos da EBX, recebiam informações privilegiadas e investiam no mercado financeiro sem que seus nomes aparecessem.
Os ganhos desses investimentos, feitos por meio da empresa “The Adviser Investiments”, segundo o colaborador Eduardo Plass, eram revertidos em propinas para o então governador Sérgio Cabral.
Os investigadores calculam US$ 16,5 milhões em propina (R$ 65 milhões) para que o então governador favorecesse os “interesses privados das empresas do Grupo X no Estado do Rio de Janeiro”.
A defesa de Eike Batista informou, em nota, que apresentará recurso. O advogado Fernando Martins explicou que a prisão temporária foi decretada com o fundamento de que fosse ouvido em sede policial sobre fatos supostamente ocorridos em 2013.
“Certamente essa nova ordem de prisão, assim como a anterior, carece de amparo legal”, afirma.
Os mandados da Operação Segredo de Midas
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do RJ, expediu para esta fase da Lava Jato dois mandados de prisão:
- Eike Furkhen Batista, prisão temporária, já cumprida;
- Luiz Arthur Andrade Correia, o Zartha, diretor de investimentos do grupo EBX; prisão preventiva. Ele está no exterior.
Há ainda quatro mandados de busca e apreensão, em desfavor do próprio Eike, dos filhos Thor e Olin e de José Gustavo de Souza Costa.