Canil do terror. Assim foi definido pelo presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB-RJ, Reynaldo Velloso, o local que abrigava 60 animais estourado nesta quarta-feira, no Grajaú, Zona Norte do Rio. Foram encontrados cães de sete raças, a maioria maltês.
Além de cachorros, havia jabuti, galo, galinhas e aves silvestres.
Os bichos eram mantidos presos em gaiolas, alguns doentes, em locais sem iluminação e ventilação e em condições insalubres com fezes e urinas espalhadas e misturadas à ração. O lugar foi interditado.
Os proprietários do local foram conduzidos por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) para prestar esclarecimentos.
Os proprietários do local foram conduzidos por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) para prestar esclarecimentos.
A fiscalização aconteceu após denúncia recebida pelo resgatista e protetor Randel Silva. Além dele e da OAB, a ação contou com agentes da Subsecretaria de Bem-Estar Animal (Subem), da Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e ONGs, que abrigaram os animais.
“É um canil de fundo de quintal, horrível. Como deixam o bicho chega a uma situação dessas? É falta de humanidade”, disse Randel. “Tem que denunciar. Por causa da denúncias esses animais vão ter dignidade”, apelou ele.
“As condições do lugar estavam muito ruins. Tinha um canil específico para as fêmeas grávidas e duas estavam entrando em trabalho de parto. Tiveram que ser recolhidas e levadas para o abrigo Casa de Lázaro, onde provavelmente deram à luz a vários filhotinhos”, explicou Reynaldo.
Segundo o médico-veterinário Anderson Borges, do Centro de Controle de Zoonoses da Subvisa, além da total ausência de higiene, o estabelecimento não tinha licenciamento sanitário e nem apresentou comprovante de vacinação dos animais.
“Mas o pior de tudo foi encontrarmos animais mantidos em espaços sem iluminação e sem ventilação, em um ambiente de muita sujeira e riscos à saúde pública”, disse Anderson Borges.
Além da ONG Casa de Lázaro, os animais também foram levados para a ONG Quatro Patinhas e para a casa de Randel.
Os animais resgatados passarão por exames e por castrações. Depois, serão colocados para adoção.
Duas pessoas que estavam na casa foram levadas pelos policiais para prestarem depoimentos na delegacia, com riscos de serem autuadas por crime de maus-tratos. Já os cerca de 60 animais que viviam no canil ilegal foram acolhidos em lares temporários, como as ONGs Casa de Lázaro, Quatro Patinhas e alguns ficaram sob a responsabilidade de Randel, mas foram encaminhas a uma clínica veterinária. Eles serão cuidados e encaminhados para adoção.