Jornal Povo

Mulher de Celsinho da Vila Vintém é presa

Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) prenderam, na manhã desta segunda-feira, a mulher do traficante Celso Luís Rodrigues, conhecido como Celsinho da Vila Vintém, de 58 anos. Deise Mara de Souza Rodrigues, a Deise da Vila Vintém, 56, foi capturada dentro de casa na comunidade que fica entre Realengo e Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio.
Deise é suspeita de permitir que traficantes da Vila Vintém executassem e ocultassem o corpo de Júlio Cesar da Silva Dias, de 18 anos, em fevereiro de 2015. A mãe do jovem chegou a ir 28 vezes na comunidade para tentar ter notícias de seu filho, mas nunca teve respostas sobre seu paradeiro.
De acordo com as investigações da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), Júlio Cesar, que era funcionário de um bar e morador de Padre Miguel, foi a um baile funk na Vila Vintém com mais três amigos. Chegando lá, o rapaz viu sua moto, que havia sido roubada há uma semana, sendo pilotada por um traficante. Segundo a apuração policial, a vítima teria discutido com o criminoso por querer sua moto de volta.
“O Júlio Cesar era trabalhador, trabalhava num bar e estava morando com o pai fora da favela, não tinha nenhum envolvimento com o tráfico de drogas. Era Carnaval e ele foi no baile com os amigos. Ao ver sua moto, ele foi ao encontro desse traficante para tentar reavê-la. Segundo testemunhas, ele iniciou uma discussão com traficantes e chegou a subir na moto para sair da favela com ela. Foi então que ele levou um tiro de fuzil pelas costas. Um dos amigos dele, inclusive, foi obrigado a pegar o corpo dele e colocá-lo na mala de um carro, sob a ameaça de que se não fizesse aquilo teria o mesmo fim”, explicou a delegada Elen Souto, titular da DDPA. 

Segundo a apuração policial, Júlio César foi levado para uma localidade da Vila Vintém conhecida como Campo do Cruzeiro e teve seu corpo carbonizado. Até hoje, os restos mortais do jovem não foram encontrados.

As investigações da Polícia Civil apontam que o Campo do Cruzeiro é um ponto muito usado pelos traficantes para a incineração de seus desafetos e que entre 2010 e 2015 dezenas de pessoas foram carbonizadas naquela localidade.
O crime foi registrado inicialmente na 34ª DP (Bangu), mas foi transferido para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros.