Jornal Povo

Adolescente é agredido por policial em pizzaria da Zona Oeste

Um adolescente, de 17 anos, foi detido por um policial civil, na noite deste domingo, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Ele conta que havia batido continência para um líder da igreja, antes de entrar em uma pizzaria. Um agente viu e o ameaçou, pois segundo ele, a brincadeira era um deboche contra o policial.
O adolescente conta que, ele e um grupo de amigos foram à pizzaria Elephant, na Avenida Maria Teresa, em Campo Grande, após um culto. Eles esperavam do lado de fora, quando um dos líderes que o acompanhavam pediu para que o menor se afastasse da rua, por conta do fluxo de carros: “Eu bati continência para ele porque é um costume nosso, nessa hora passou um policial na calçada”, explica. 
O jovem conta que o agente viu e passou a agir com truculência: “Ele olhou pra mim e perguntou se tinha algum palhaço e qual era a graça, eu disse que não tinha. Ele me pegou pelo cabelo, me jogou no capô da viatura e me revistou. Depois me pegou de novo pelo cabelo e me jogou dentro da viatura”, conta o jovem.
O líder que acompanhava o menor, é professor da escola dominical realizada na igreja onde o jovem frequenta. Ele relatou que a abordagem do agente foi truculenta e desrespeitosa. Segundo ele, o policial não permitiu nenhuma intervenção externa durante a abordagem: “No local tem diversas câmeras e tudo foi filmado. Se eles fazem isso em um lugar assim, imagina o que eles não fazem quando entram em comunidades”, desabafou.
O adolescente explica ainda que foi levado para a 35ªDP (Campo Grande) e lá foi deixado em uma sala, nos fundos da unidade, para que o agente verificasse se o menor tinha alguma anotação criminal: “Ele me perguntou se eu tinha passagem e eu disse que não, que era estudante e que só não tinha me batido porque eu estava acompanhado e tinha muita gente na rua”, destacou.
O pai do menor, explica que foi acordado pelo filho durante a madrugada e foi à delegacia com o jovem novamente para entender o ocorrido: “Quando eu cheguei lá, o policial me perguntou o que eu queria, eu disse que queria saber o que tinha acontecido, já que ele agrediu meu filho”, conta. Ele também preferiu não se identificar por medo de represálias.
Segundo ele, o agente disse que o adolescente resistiu à prisão que ele havia entendido que o menor o desrespeitou:”Eu disse que ele não poderia fazer aquilo, porque ele era menor. Ele falou que ele podia sim, porque ele era autoridade. Não fez registro de nada, não falou o nome e pediu pra gente sair da delegacia. Minha esposa chorou a noite inteira por conta disso”, disse.