Jornal Povo

Eduardo Bolsonaro defende um novo AI-5 em resposta a “radicalização da esquerda”

Deputado fez a declaração em entrevista à jornalista Leda Nagle.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro e líder do PSL na Câmara dos Deputados, afirmou em entrevista a jornalista Leda Nagle que defende a volta do AI-5, o mais rigoroso na época do regime militar, como uma “resposta a radicalização da esquerda”.

Eduardo Bolsonaro concedeu a entrevista a Leda Nagle para seu canal no Youtube. Na ocasião, Leda o perguntou sobre os acontecimentos em países vizinhos, como os protestos no Chile.

Eduardo então responde que a esquerda é um “inimigo interno”, e que não quer chegar ao ponto de criar um novo AI-5.  Na opinião do deputado, vai chegar um momento em que o Brasil vai estar na mesma situação dos anos 60, onde serão sequestradas aeronaves, execuções e sequestro de autoridades, policiais e militares.

“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente via precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, disse ele.

O parlamentar ainda disse que tudo o que está acontecendo não se trata de uma guerra assimétrica, mas sim uma infiltração de inimigos na base aliada de quem está no poder, na tentativa de descontruir internamente.  

“É um inimigo interno de difícil identificação aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto, mas a gente tem que estar atento”, ressaltou ele, sobre o AI-5.

O que foi o AI-5?

Considerada a medida mais rigorosa do Brasil, o Ato Institucional n° 5 foi um decreto criado no período da Ditadura Militar, no governo do presidente Arthur da Costa e Silva, no dia 13 de dezembro de 1968. A censura a meios de comunicação, a manifestações artísticas e atos de tortura marcaram o decreto como o período mais sombrio do regime militar.

O AI-5 também determinou o fechamento do Congresso Nacional pela primeira vez desde 1937 e autorizava o presidente a determinar estado de sítio por tempo indeterminado, além de dar poder de demitir pessoas em serviço público, cassar mandatos, confiscar bens privados e intervir em todos os estados e municípios.