Posteriormente, em setembro de 2017, Christian estava sendo cogitado para o cargo de diretor da Ancine; posteriormente, no fim de 2017, viria a disputar a presidência da agência, tendo sido nomeado diretor-presidente em 2 de janeiro de 2018. Quando movimentava-se politicamente para sua nomeação, primeiro para diretor, depois para diretor-presidente, entre setembro e dezembro de 2017, Christian queria evitar que seu nome fosse rejeitado para o cargo por suas ligações com empresas offshore, constituídas em conhecidos paraísos fiscais. Para tanto, contratou um advogado para encerrar (“dar baixa”) na empresa brasileira, e para isso precisaria também encerrar a empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, que era sócia da brasileira.
A estratégia traçada para rapidamente limpar o nome de Christian era implementar uma alteração contratual na empresa brasileira para que ele saísse da sociedade, entrando sua esposa Marta Zimpeck. Isso foi suficiente para que sua indicação avançasse na Casa Civil e seguisse para o Senado Federal, onde viria a ser aprovado e posteriormente empossado como diretor. Não obstante, as tentativas de dar baixa na empresa Supro Limited não deu certo porque a offshore não tinha CNPJ. E isso poderia prejudicar sua campanha política para ser nomeado presidente da agência.
Então, entre setembro e novembro de 2017, o denunciado, por intermédio de um advogado e uma despachante, promoveu o registro da empresa Supro Limited junto ao Banco Central (Bacen) e à Receita Federal, declarando ter tal empresa constituição regular mesmo sabendo ser empresa constituída por meio de laranjas. O objetivo era fazer com que a empresa Supro Limited, que sempre tinha sido escondida das autoridades brasileiras, pudesse ser formalmente encerrada, evitando qualquer vinculação do nome do denunciado com a offshore.