Pelo menos 24 linhas que cortam as cidades de Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana, sofrem com interferência direta de criminosos que agem na região, segundo levantamento feito pelo Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários (Setrerj), que atua nessas cidades. Através de barricadas e ordens diretas, os traficantes alteram frequentemente os itinerários das linhas de ônibus, atingindo cerca de 40 mil passageiros.
No Rio, quem anda de ônibus também sofre com a violência nos coletivos. Na última terça-feira, um PM foi morto ao reagir a uma tentativa de assalto. Nos locais do levantamento, moradores contam que são impedidos de descer nos
locais do levantamento, moradores contam que são impedidos de descer nos pontos de ônibus perto de suas casas, devido às alterações de rotas.
No Terminal Rodoviário de Alcântara, passageiros comentam a influência do tráfico no transporte. “As rotas dos ônibus mudam de acordo com as barricadas que são feitas. Muitas vezes os ônibus têm que dar mais voltas para chegar ao ponto final”, disse uma estudante de 23 anos, moradora da favela Jardim Catarina, passageira da linha 13C (Alcântara – Jardim Catarina).
Ela afirma que, na vizinhança, há quem demore 20 minutos a mais para chegar em casa, dependendo da quantidade de barricadas no caminho. Uma grávida, que também pediu anonimato, conta que o pior é quando passa mal à noite e tem que fazer uma longa caminhada até o ponto onde o ônibus está permitido de passar. “Tem um ponto bem perto, mas o ônibus não tem permissão de passar por lá. É um absurdo, que prejudica não só os passageiros. No caso das ruas com barricadas, os moradores que têm carro também são afetados”, explica a estudante.
São Gonçalo é o município que inspira mais cuidados