Jornal Povo

Reunião entre Supervia e Defensoria para definir compensação aos passageiros termina sem acordo

A reunião entre representantes da Supervia, da Defensoria Pública, da Secretaria de Transportes e da Agentransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transporte Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Rio) para deliberar uma forma de compensar os passageiros, afetados pela retirada de 40 trens de circulação na semana passada, terminou sem acordo. Uma nova reunião está prevista para a próxima sexta-feira, mas ainda sem confirmação.

A Secretaria de Transportes informou que a primeira etapa do cronograma de regularização dos trens foi cumprida, e sendo assim, 17 dos 40 trens voltaram a circular neste domingo. O calendário prevê que outras 6 composições retornem à circulação até o próximo sábado. O prazo para a regularização total da frota é, segundo a Supervia, 17 de janeiro de 2020.

A reunião, que foi fechada, também teve a presença de parlamentares e terminou em clima tenso, segundo a deputada Lucinha (PSDB):

— O que queremos é diminuir a tarifa em um período de 45 a 60 dias até normalizar a volta dos 40 trens. A reunião foi meio tensa, porque a Supervia tem a concessão, ela é responsável pelo que aconteceu. Ninguém tem culpa se o trem é chinês, o mecanismo alemão e deu problema. A população não tem nada a ver com isso.

Outra proposta apresentada pela Defensoria Pública na reunião foi a possibilidade de gratuidade aos passageiros prejudicados pela retirada dos trens, de acordo com a coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor, Patrícia Cardoso:

— Combinamos de até o final da semana agendarmos uma nova data para que objetivamente a gente possa fixar parâmetros de indenização para os consumidores. A gente fez algumas sugestões de desconto da tarifa ou de distribuição de bilhetes gratuitos, ainda vamos costurar isso. Se a gente não evoluir no sentido de um acordo teria que demandar isto judicialmente, o que pode ser mais demorado e menos efetivo.

A Supervia, através da assessoria de imprensa, informou que não houve acordo.

A Supervia retirou de circulação 40 trens por recomendação do fabricante no dia 18 de novembro por causa de um problema de projeto na caixa de tração das composições. Em nota à imprensa, a concessionária informou que enviou comunicados frequentes sobre o fato aos fabricantes desde 2016. Como medida paliativa, as empresas fornecedoras promoveram um recall da peça, mas a solução apresentada não alcançou o resultado esperado e não resolveu o problema.

No entanto, o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e a Agetransp afirmaram que foram pegos de surpresa pelo anúncio da Supervia de retirar os trens de circulação. Witzel destacou que a SuperVia não alertou o governo sobre o problema nem sobre as medidas que iriam ser tomadas, e a Agetransp alegou que soube da decisão de retirada das composições apenas na véspera do primeiro dia de diminuição dos trens.

Via: Jornal Extra