A oportunidade de comprar um item desejado com 50% de desconto ou mais leva o consumidor a fazer compras impulsivas, sem calcular se a aquisição realmente vale a pena. Por isso, especialistas em consumo recomendam acompanhar os valores com, pelo menos, um mês de antecedência em relação à Black Friday — que este ano vai acontecer na próxima sexta-feira, dia 29 — para não ser vítima da chamada “maquiagem de preços” — correção do valor para que depois seja concedido um falso abatimento. Uma pesquisa feita pelo EXTRA, com base em dados do comparador Zoom, mostra que alguns produtos já subiram até 42,72%.
— No Brasil, a Black Friday não acontece apenas em um dia. Muitas lojas oferecem descontos durante todo o mês de novembro. Por isso, recomendo que a pesquisa de preço seja feita bem antes. Em alguns sites, é possível consultar o histórico de preços de seis meses ou até um ano — disse Ione Amorim, economia do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Em 2018, segundo o Procon-SP, a maquiagem foi o maior motivo de reclamações durante a megaliquidação (30,33% das queixas). Em seguida, apareceram produtos ou serviços indisponíveis (19,87%) e mudanças de preços na finalização das compras (18,20%).
A diretora de Fiscalização do Procon-RJ, Elisa Freitas, orienta o consumidor a formalizar uma reclamação, caso perceba a maquiagem de preços. Depois de passar por um processo administrativo, o ato ilegal pode resultar em multa que varia de R$ 600 a R$ 10 milhões.
— É importante guardar provas da prática, como folhetos de ofertas e prints de cada tela de compra fazendo a comparação. Em casos de compras presenciais, fotos também servem.
Ione Amorim, economista do Idec, esclarece que se o cliente só perceber que foi enganado após efetuar a compra, ele terá o direito de receber um reembolso referente à diferença. Caso a empresa se negue a pagar, é possível reivindicar o dobro da quantia. Porém, ainda há ainda outra opção, que é cancelar a aquisição:
— Mesmo na Black Friday, o consumidor tem sete dias para desistir e ter o dinheiro de volta em compras feitas pela internet — afirmou Leonardo Amarante, especialista em defesa do consumidor.
Via: Jornal Extra