A Justiça do Rio retomará nesta quarta-feira o julgamento do policial militar Daniel Deglmann, de 43 anos, acusado de dopar, torturar e manter em cárcere privado a ex-companheira, de 23 anos, por quase três semanas, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O crime aconteceu há mais de dois meses. No último dia 5 de novembro, a Justiça ouviu testemunhas de acusação e também as de defesa. No final da audiência, os advogados do PM pediram acesso a detalhes de outros depoimentos de testemunhas do caso.
O juiz Antônio Alves Cardoso Júnior, do Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, da Comarca de Caxias, acatou a solicitação da defesa do sargento e remarcou o julgamento para dezembro. Nesta quarta-feira, a Justiça poderá sentenciar ou não o homem.
O sargento, que é lotado no 16º BPM (Olaria), está preso desde 24 de setembro na Unidade Prisional da Polícia Militar, no Fonseca, em Niterói. O PM também responde a um Inquérito Policial Militar (IPM) dentro da corporação. No dia 5 de outubro, foi a primeira vez que o acusado e sua ex-mulher, que é estudante, ficaram frente a frente após sua prisão. O processo corre em segredo de justiça.
O Ministério Público do estado acusa o homem de crimes de tortura, sequestro e cárcere privado; além de violência doméstica contra a mulher. Se for condenado, ele poderá pegar mais de 20 anos de prisão.
A ex-companheira do sargento está sendo assistida e amparada pela Defensoria Pública do Estado, que está atuando como assistente da acusação.
A Corregedoria Interna da PM também está investigando a conduta do agente dentro da instituição. Segundo fontes da corporação, o comandante do 16º BPM entregou documentos sobre a conduta de Deglmann ao corregedor da PM. Ele poderá ser expulso da Polícia Militar.
Por duas vezes, a defesa do PM tentou um habeas corpus. Ambos foram negados pela Justiça. De acordo com a Polícia Civil, em 2009, Daniel Deglmann já havia sido detido por agredir uma outra ex-mulher.
O advogado Marcos Espínola, responsável pela defesa do sargento Daniel Glendmann, afirma que os acontecimentos narrados na denúncia não são verdadeiros. Segundo ele, a defesa provará que tudo não se passa de uma trama de vingança e ódio por parte da suposta vítima diante de uma possível traição do acusado.
— Trata-se de um caso movido por forte emoção dela. Uma ação passional que não corresponde com os fatos. Em verdade, não houve tortura e tampouco cárcere. Foi tudo invenção — afirma Espínola.
Via: Jornal Extra