Jornal Povo

Fenômeno na internet, Bunitinho morre baleado na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio

Morreu na madrugada desta quinta-feira o humorista Diego de Farias Pinto, conhecido como Bunitinho, fenômeno nas redes sociais que protagonizava memes compartilhados por internautas. Diego Buiu, como também era chamado, foi baleado na Rua Catugi, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, após um baile funk realizado no morro do Dendê. Ele foi socorrido no Hospital municipal Evandro Freire, mas não resistiu aos ferimentos. A festa seria uma comemoração pelo aniversário de Marco Vinícius dos Santos, o Chapola, chefe do tráfico na região.

Outras três pessoas que estavam com Bunitinho dentro de um carro morreram. Segundo a polícia Militar, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizava uma operação na comunidade. Duas vítimas seriam empresários da webcelebridade. São eles: Jorge Tadeu Sampaio e Jocelino de Oliveira Júnior. O terceiro morto é Sidney Antunes Figueiredo, de 36 anos, amigo de Bunitinho. Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios (DH) investiga o caso.

No Twitter, o governador Wilson Witzel afirmou que determinou a apuração do caso.

“Bandidos dispararam seus fuzis contra a polícia no Morro do Dendê, uma comunidade ainda tomada por narcoterroristas. Até agora não temos todos os detalhes da operação. Determinei apuração rigorosa pela Delegacia de Homicídios sobre as 4 mortes”, escreveu.

Em nota, a Polícia Militar informou que agentes do Bope foram acionados no início da madrugada desta quinta-feira para verificarem uma informação do setor de inteligência sobre uma reunião de lideranças do tráfico de diversas localidades na comunidade do Dendê, Ilha do Governador. Um policial também ficou ferido na ação e foi socorrido ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM).

“Logo na chegada das equipes à comunidade, houve forte ataque dos criminosos, gerando intenso confronto. Após cessarem os disparos, os policiais encontraram um veículo batido em um poste, com três ocupantes feridos, e também um motociclista ferido”, diz o comunicado.

O fuzileiro naval Júlio César dos Santos, de 46 anos, amigo e vizinho de Jorge Tadeu, está chocado com as mortes. Morador de Santa Margarida, em Campo Grande, Santos disse que o conhece há dez anos.

— Era um cara trabalhador e motorista de Uber. Um cara do bem. Há cerca de dois anos passou a ser empresário de Bunitinho — disse Santos.

Tadeu deixa um filho de 1 ano.

— Tenho certeza que Deus o tem em um bom lugar. Era um trabalhador e um paizão para o Bunitinho. A gente (a família) não sabe o que aconteceu na comunidade — disse Walter Júnior, primo de Tadeu.

Jocelino de Oliveira, de 65 anos, relatou que ficou sabendo da morte do filho Júnior, de 36 anos, após ver as fotos de Bunitinho morto, que foram compartilhadas nas redes sociais.

— Meu filho trabalhava com Bunitinho há dois anos. Ontem, à noite, Juninho saiu para trabalhar como fazia várias vezes na semana. Eles sempre tinham agendas em comunidades do Rio. Estranhamos a demora dele em voltar para casa. Ligamos várias vezes, mas ele não atendia. Quando vi a foto de Bunitinho morto, me apavorei . Eles estavam no lugar errado e na hora errada — disse Jocelino, que está no IML do Centro do Rio para fazer a liberação do corpo.

Bunitinho, que tinha deficiência mental, viralizou nas redes sociais no ano passado e tinha 400 mil seguidores no Instagram e quase 100 mil no Youtube. Ela já havia participado de programas de televisão e de rádio.

Aos 36 anos, Diego fazia participações em eventos, parcerias com empresas e convivia com o meio artístico, sendo conhecido por cantores como Nego do Borel e Belo. Uma das marcas registradas era a gravação do vídeo “sextou”, no qual comemorava a chegada do fim de semana. Flamenguista, era conhecido pela torcida principalmente após ter gravado um vídeo ao lado do jogador Rodinei.

Segundo Júlio Santos, ele cobrava de R$1,5 a R$2 mil por apresentação.

— O Bunitinho, que tinha um probleminha mental, trabalhava com os motoristas de vans de Santa Margarida e costumava gravar vídeos. As postagens estouraram nas redes sociais e os convites começaram a surgir. Há dois anos o Tadeu começou a trabalhar com ele — acrescentou o fuzileiro naval.

Via: Jornal Extra