Niterói ganhará seu segundo restaurante popular. A nova unidade, que a prefeitura promete inaugurar em 2020, funcionará na Alameda São Boaventura, no Fonseca — o ponto exato ainda está sendo escolhido. O espaço também vai abrigar a primeira escola de formação em gastronomia popular do estado do Rio: lá, jovens e adultos poderão obter qualificação profissional para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo, com a oferta de cursos na área de gastronomia, padaria e serviços para bares e restaurantes.
O prefeito Rodrigo Neves argumenta que a nova unidade permitirá que pessoas que moram longe do Centro possam almoçar a um preço acessível sem precisar se deslocar tanto:
— O Restaurante Cidadão Jorge Amado, no Centro, tem atendido muito bem à população carente de nossa cidade. Esse novo restaurante na Zona Norte, além de ampliar o número de refeições servidas, vai ser uma opção para que as pessoas de outras regiões, sobretudo da Zona Norte, não precisem se deslocar até o Centro para ter uma alimentação saudável e balanceada a um preço acessível.
A exemplo do trabalho que vem sendo realizado no restaurante do Centro, a unidade do Fonseca também contará com uma unidade de referência em segurança alimentar e nutricional. Terá ainda um espaço de convivência com sala de leitura, auditório para eventos culturais e palestras, adianta a secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Flávia Mariano.
— Alimentação saudável, acessível, num espaço digno e repleto de oportunidades para o crescimento pessoal e exercício da cidadania — conclui a gestora da pasta, que já administra a unidade do Centro.
Para Daniel de Souza, presidente do conselho da ONG Ação da Cidadania, responsável pela campanha Natal Sem Fome, a abertura da nova unidade é um exemplo a ser seguido por outros municípios e estados de todo o Brasil.
— Apesar de não resolver o problema da fome de forma estrutural, a possibilidade de almoçar num restaurante popular, pagando um preço acessível, é de suma importância para a população pobre. A escola de gastronomia também é uma ótima iniciativa: no mesmo lugar em que se dará o peixe, se ensinará a pescar — diz o filho do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que fundou a ONG em 1993.
Municipalizado pela prefeitura em janeiro de 2017, o Restaurante Cidadão Jorge Amado já serviu mais de um milhão de refeições em menos de três anos. Para manter o local funcionando, a prefeitura investe anualmente cerca de R$ 3 milhões: o preço da refeição, a R$ 2, permanece o mesmo desde a reabertura.
O almoço é servido de segunda à sexta-feira, das 10h às 15h, com cardápio variado. O café da manhã — pão com manteiga e café com leite, café puro ou refresco — custa R$ 0,50 e fica disponível à população das 6h às 9h.
O menu é preparado por nutricionistas, que priorizam uma alimentação equilibrada e variada, já que boa parte dos frequentadores do restaurante é de pessoas acima dos 40 anos ou idosos. O restaurante chegou a ficar fechado quando o governo do estado do Rio, que administrava o espaço, enfrentava uma grave crise financeira.
Via: Jornal Extra