Jornal Povo

PMs acusados de extorsão de comerciantes ficarão presos até o fim das investigações

O Ministério Público Militar aceitou a denúncia do Tribunal de Justiça do Rio e decidiu converter a prisão temporária dos setes policias militares da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar — acusados de se passarem por policias civis e extorquirem comerciantes — em prisão preventiva. Com isso, os PMs podem ficar detidos até o termino das investigações.

Na última semana, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) comunicou ao MP e a Justiça que a detenção dos militares era necessária para o andamento das investigações, já que eles poderiam atrapalhar a apuração dos crimes.

Na última sexta-feira, a Justiça acolheu o pedido da Polícia Civil e do MP e remeteu ao Ministério Público Militar. O órgão entendeu que os PMs Guttemberg Dantas da Silva, Ivan Marques Cunha, Jefferson Rodrigues Batista, Leslie Cristina Duarte Rocha, Nacle de Souza Oliveira, Roberto Campos Machado e Victor Magnano Mangia devem ficar detidos.

Todos os agentes estão no Batalhão Prisional Especial, no Fonseca, em Niterói, e responderão por concussão, extorsão, roubo e associação criminosa.

Ao menos 11 militares estão sendo investigados por montarem um gabinete do crime dentro do Quartel-Geral da PM, no Centro do Rio, para roubar comerciantes de todo o estado. Eles se passavam por agentes da DRCPIM.

Já se sabe que o bando criminoso fazia de quatro a cinco extorsões por dia e os valores obtidos por eles podia chegar a R$ 100 mil, dependendo do mercadoria. Os investigadores dizem que os criminosos atuavam nas Regiões Metropolitana, Serrana e até a dos Lagos.

Na última quarta-feira, o comerciante chinês preso em Madureira, no último dia 21 de outubro, por agentes da Subsecretaria de Inteligência (SSI) da Polícia Militar em uma operação forjada, prestou depoimento na DRCPIM. Por 11 dias, o homem ficou preso no Complexo de Gericinó, em Bangu, acusado de suborno.

O comerciante era um dos mais de 70 comerciantes extorquidos pelos PMs da SSI. Aos investigadores, ele afirmou que os produtos encontrados na casa do PMs Roberto Campos Machado e Victor Magnano Mangia faziam parte da mercadoria apreendida por eles.

Segundo fontes da Polícia Civil, no dia da prisão do oriental, pelo menos cinco agentes haviam combinado de pegar um valor de propina com o homem. No entanto, ele só tinha R$ 10 mil. Irritados com a quantia, os falsos policias civis prenderam o empresário e o acusaram de contrabando e tentativa de suborno.

De acordo com as investigações, a prisão serviu como exemplo para outros empresários e comerciantes, principalmente de Madureira, que não estavam pagando o suborno estipulado pelos policias militares da Subsecretaria de Inteligência da PM.

Após ser preso, o comerciante foi levado para a 27ª DP (Vicente de Carvalho) onde o caso foi registrado. Em seguida foi encaminhado para a Penitenciária José Frederico Marques, em Benfica, e deois transferido para Bangu. Ele foi acusado de contrabandear três toneladas de mercadorias chinesas avaliadas em milhões de reais. Além de ser responsabilizado por uma tentativa de suborno.

Via: Jornal Extra