As empresas que constroem, ao longo da Avenida Brasil, as pistas exclusivas do futuro BRT Transcarioca vão suspender as obras.
As empreiteiras reclamam uma dívida de quase R$ 140 milhões da prefeitura.
Na terça-feira (17), a Fazenda municipal determinou a suspensão de todos os pagamentos, afetando o 13° do funcionalismo e a quitação a fornecedores.
O Blog apurou que, por isso, o consórcio dará férias coletivas de 30 dias para todos os operários a partir da próxima sexta-feira (20). Eles sairão sem a segunda parcela do 13º.
O prefeito Marcelo Crivella prometeu entregar o corredor no fim do ano. Em agosto, Luiz Alfredo Salomão, que foi interventor da prefeitura no sistema BRT, disse que o prazo era “irreal”.
O Blog também apurou que dentro dos R$ 140 milhões estão cerca de R$ 40 milhões que vieram da Caixa Econômica Federal especificamente para as obras, mas não foram repassados pela prefeitura ao consórcio.
O Transbrasil começou a ser construído em novembro de 2014 e deveria ter sido entregue em maio de 2017.
Essa linha completaria a malha de corredores exclusivos para ônibus — ao lado do Transoeste, da Transolímpica e do Transcarioca. As faixas margeariam a Avenida Brasil em seu trecho mais movimentado, do Centro até Deodoro.
Um relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ) apontou que o atraso nas obras do Transbrasil representou uma perda de mais de R$ 730 milhões.
O cálculo levou em conta atrasos em engarrafamentos, licenças médicas por causa de acidentes, perda de oportunidades para os cidadãos e falta de investimento em outras possíveis obras.
No relatório, técnicos do TCM também constataram:
- A capacidade do trânsito na Avenida Brasil diminuiu;
- O transporte público ficou prejudicado;
- As condições de segurança pioraram, com moradores de rua expostos aos riscos da obra e usuários de drogas acampando nos canteiros paralisados;
- Também houve prejuízos ambientais, como mais emissão de gás carbônico.
Via: G1