Jornal Povo

Witzel faz balanço do 1º ano de governo e diz que meta é intensificar combate à lavagem de dinheiro e corrupção

O governador Wilson Witzel disse que no seu primeiro ano de governo a Segurança Pública foi tratada como prioridade e destacou que, para 2020, a meta é intensificar o combate à lavagem de dinheiro e à corrupção.

Em entrevista ao Bom Dia Rio na manhã desta segunda-feira (30), ele ressaltou que assumiu o estado com muitos problemas e situação financeira caótica, mas que todos os problemas foram equacionados, garantindo mais visibilidade ao estado.

“Escolhemos algumas diretrizes para poder alavancar o estado e a segurança é um ponto muito importante de atenção”, afirmou o governador, destacando que a partir de agora uma das metas é combater a lavagem de dinheiro.

Segundo o governador, o estado conta hoje com mais policiais nas ruas. “Foram formados mil policiais nos batalhões , houve recorde de apreensões de fuzis, com 500 fuzis apreendidos e redução no número de homicídios, o que significa que menos de 950 pessoas deixaram de morrer no estado. Além da apreensão de 8 mil armas no geral. Foram 25 mil prisões ao longo do ano”, destacou.

Witzel afirmou também que, com a intervenção na Segurança Pública do estado, foram colocadas mais 3 mil viaturas novas nas ruas e houve reorganização da Polícia Militar, que, com a extinção da Secretaria de Segurança Pública, pôde fazer o seu próprio planejamento.

No balanço do governador, este foi um bom começo, já que houve sensível redução na criminalidade ao longo do ano.

Até novembro, foram 1.680 mortes provocadas por agentes do estado, o que daria uma média de 5 mortes por dia.

“Não é só uma política de enfrentamento, o estado do Rio não tinha um departamento de lavagem de dinheiro e nem de tráfico de armas. Nós iniciamos esse departamento. A Polícia Civil foi reestruturada para isso. Trouxemos mais de 300 concursados na área de papiloscopia, que não é só identificação digital, mas também identificação visual e melhoria da investigação dos crimes de homicídio.”

Em janeiro deste ano, Witzel já havia anunciado que o combate aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro seria ampliado em 2019.

Para o governador, a PM nunca teve um enfrentamento tão grande como tem acontecido nos últimos meses. O crime organizado, segundo ele, estava no asfalto e nas comunidades, mas hoje ele está usando as comunidades como escudo. (…) Foram milhares de operações da PM e infelizmente eles estão muito armados.”

Witzel anunciou que em 2020 haverá uma segunda fase de atuação. “Nós tivemos um pequeno atraso, as operações eram para ser iniciadas no final do ano, mas em razão da decisão do Supremo, dos relatórios de inteligência do Coaf serem represados, essas operações foram um pouco prejudicadas. Mas agora voltaram a acontecer.”

A meta, segundo ele, é agir na “asfixia do crime organizado, lembrando que já prendemos 500 milicianos esse ano e foram mais de R$ 80 milhões em bens”, disse.

Caso Ágatha

A respeito do aumento do número de mortes em ações da polícia e, especificamente sobre a morte da menina Ágatha Félix, atingida por um disparo durante uma operação da polícia no Complexo do Alemão, o governador voltou a enfatizar que a população precisa ter medo é de criminosos armados com fuzil e pistola.

“PM não atira nos civis e se acontece esse tipo de coisa são erros que têm que ser investigados, como é o caso da menina Ágatha. Tem a denúncia do Ministério Público e a justiça vai seguir o seu caminho. São milhares de operações que foram realizadas. Ninguém deseja que qualquer pessoa venha a sofrer qualquer tipo de violência por conta das operações da polícia. Mas se a polícia não agisse, em relação ao ano passado, nós teríamos hoje mais de mil pessoas mortas. O que estamos vivendo hoje é uma situação que atinge não só o RJ, mas vários outros estados”, garantiu. O governador voltou a ressaltar que o grande problema que o RJ enfrenta hoje é o tráfico de armas.

Uma pesquisa recente do Datafolha apontou que o RJ é estado mais corrupto do país, com ex-governadores, dirigentes políticos, conselheiros do Tribunal de Contas do estado, empresários, policiais presos. Essa realidade, inclusive, afasta investimentos.

“Isso é passado. Iniciamos uma nova era no estado. (….) Em relação à corrupção, temos a Controladoria-Geral do Estado, que hoje tem independência. Tivemos muitas investigações de contratos anteriores, que foram glosados e estão sendo identificados. (…) Criamos o Disque-Corrupção, que tem mais de mil denúncias de corrupção (…) Agora, para recuperar a imagem, nós temos que ser contundentes na demonstração da recuperação fiscal.”

Via: G1