A Polícia do Rio fez uma operação, na manhã desta terça-feira (31), em busca Eduardo Fauzi Richard Cerquise, um dos suspeitos de atacar a produtora do Porta dos Fundos no Humaitá, na Zona Sul, no dia 24 deste mês.
Os agentes percorreram ruas da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e da Zona Norte e Centro da cidade para tentar cumprir o mandado de prisão contra Fauzi, mas ele não foi encontrado e já é considerado foragido.
As buscas foram realizadas em dois endereços comerciais e dois residenciais. Na casa do suspeito, na Barra da Tijuca, foram apreendidos R$ 119 mil, munição, uma arma falsa, computador e uma camisa de entidade filosófica e política.
Segundo a polícia, ele foi identificado por câmeras de segurança após retirar o capuz momentos depois do ataque, no dia 24 deste mês. Para identificá-lo, a polícia utilizou imagens de mais de 50 câmeras de segurança do bairro.
Em um dos vídeos, obtidos pela TV Globo, é possível ver Fauzi retirando um adesivo da placa do carro usado no crime, um Ecosport 2011, e andando pela rua Martins Ferreira, em Botafogo, sem a touca ninja. As imagens foram registradas logo após o ataque. O veículo estava no nome de um homem morto em 2006.
“O Eduardo tem um perfil violento, antagônico. Ele tem livros ligados à religião cristã e ao islamismo. Ele é empresário, de classe média alta”, disse o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro, titular da 10ª DP (Botafogo), quando questionado sobre o perfil do investigado.
Fauzi é o mesmo que agrediu o secretário de Ordem Pública do Rio em 2013. Ele foi preso por dar um soco no secretário Alex Costa após uma operação de fechamento de estacionamento irregular no Centro. Ele também tem outras 20 anotações criminais por ameaça e agressão.
De acordo com o delegado, foi possível identificar o rosto de Fauzi por meio de imagens de câmeras de vigilância que registraram trechos da fuga do grupo. Ele desembarcou do carro usado no ataque e retirou o capuz. Em seguida, ele caminha pela rua Martins Ferreira e embarca em um táxi que o levou até a Barra da Tijuca. “Conseguimos identificar o taxista que o identificou nessa investigação”, enfatizou o delegado.
O grupo jogou bombas de fabricação caseira na sede da produtora e fugiu. Um vigilante estava no local e, por isso, o caso está sendo tratado como tentativa de homicídio.
A produtora do Porta dos Fundos tem sido criticada nas redes sociais por vários grupos cristãos, pela maneira como retratou Jesus no especial de Natal deste ano – um programa de humor, exibido na Netflix.
O ataque seria uma resposta ao vídeo que insinua que Jesus Cristo era homossexual. A produção foi criticada por grupos religiosos que consideraram o vídeo ofensivo à tradição cristã.
De acordo com o delegado, quando os outros quatro envolvidos no crime forem identificados eles poderão ser indiciados por associação criminosa ou, até mesmo, por organização criminosa, que é um crime mais grave que a associação criminosa devido à estrutura mais elaborada do grupo.
Via: G1