Os moradores de Muriqui, distrito de Mangaratiba, no litoral da Região Metropolitana do Rio, não estão muito satisfeitos com o sistema de saúde da região. Dessa vez o problema é a falta de doses da vacina pentavalente no Posto de Saúde de Muriqui.
De acordo com relatos dos moradores, as idas as unidades de saúde para vacinar os filhos são sempre adiadas pelo diretor e pela responsável da imunização, com o argumento de que há poucas doses e a prioridade é para bebês de até dois meses.
“Fui levar meu filho no Posto de Muriqui para vacinar meu filho de quatro meses. A moça da imunização e o diretor me falaram que haviam apenas cinco doses da vacina e que estava dando preferência a crianças de dois meses”, diz Vanessa, moradora de Muriqui. Ela ainda relata que, apesar do comunicado de priorizar vacinas a bebês de dois meses de idade, na prática é diferente.
“Quando eu cheguei no posto só tinha uma criança de dois meses para tomar a vacina. Resumindo: Eles não deram a vacina no meu filho alegando que a dose estava em falta e que tinha ordem da Secretaria de Saúde a não aplicarem em crianças a partir de 4 meses, sendo que é lei”, conta.
Vanessa diz que foi orientada a voltar na unidade de saúde na próxima sexta-feira para vacinar seu filho, mas já disse que se nada for feito, tomará outras medidas.
“Estarei lá na sexta-feira e se meu filho não for vacinado com a vacina penta eu irei atrás dos meus direitos. Isso é uma vergonha”, disse Vanessa.
Falta de organização
Pelas redes sociais, outras pessoas relatam a falta de organização que há na administração do Posto de Saúde de Muriqui. Informações desconexas, falta de comprometimento e reclamações constantes do diretor do posto são as principais reclamações.
“Esse posto é uma vergonha e aquele administrador não presta pra nada. Uma vez eu fui tentar encaixe no pediatra e eles disseram que não estava mais fazendo, mas chegou uma outra mãe e foi lá falar com ele e o encaixe foi autorizado. Se uma tem direito todas nós temos”, diz uma internauta.
“Um absurdo o que está acontecendo nesse posto. Isso tem que ser visto. Como pode dar preferência a alguns e para outros não […] Eu mesmo já precisei de uma emergência para minha esposa gestante de 7 meses e foi um caso sério, dois médicos saíram juntos para almoçar e deixaram os pacientes à espera e minha esposa só foi atendida quatro horas depois”, conta um outro internauta.
A equipe do Jornal O POVO tentou fazer contato com a Secretaria de Saúde de Mangaratiba, mas até o fechamento dessa reportagem ninguém se manifestou.