Jornal Povo

Região Metropolitana do RJ teve mais de 7 mil registros de tiroteios em 2019, segundo plataforma Fogo Cruzado

Mais de 7 mil tiroteios foram registrados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro em 2019, segundo um levantamento exclusivo da plataforma Fogo Cruzado.

Somente na Avenida Brasil, via expressa que corta as zonas Norte e Oeste, foram 169 confrontos. Na Rodovia RJ-104, que liga Itaboraí a Niterói, passando por São Gonçalo, foram 39 confrontos.

Nos transportes, também houve registros. Nos corredores do BRT, foram 250 tiroteios. Já nos entornos das linhas de trem da Supervia, foram 198 disparos, sendo 84 somente no ramal de Belford Roxo. Além de 48 confrontos próximos à linha 2 do metrô.

A violência, além de deixar vítimas, também altera a rotina de serviços básicos da cidade, como saúde e educação. No ano passado, foram mais de 1.941 escolas afetadas por estarem próximas a áreas de conflito.

Ao todo, 2.335 confrontos foram registrados em um raio de 300 metros dessas unidades. Os tiros, nessas regiões, deixaram 445 pessoas mortas.

Uma das vítimas foi Ketellen Umbelino de Oliveira Gomes, a menina de 5 anos morta por bala perdida em Realengo, Zona Oeste do Rio, em novembro, no caminho para a escola com a mãe.

Pacientes e profissionais de saúde também foram afetados, com mais de 2.168 postos, Unidades de Pronto Atendimento, Clínicas da Família e hospitais tiveram funcionamento alterado pelos tiroteios.

Durante os confrontos registrados pelo Fogo Cruzado, 189 pessoas foram atingidas por balas perdidas. Cinquenta e três morreram.

Somente em São Gonçalo, quatro mortes ocorreram no período de um mês, entre dezembro de 2019 e janeiro deste ano.

O último caso, de Ademir Nunes da Conceição, só foi divulgado nesta terça-feira (8). O idoso morreu depois de levar um tiro no Morro do Salgueiro após criminosos atacarem uma viatura policial na BR-101 no último sábado (4).

Segundo a polícia, a vítima foi levada para o Hospital Estadual Alberto Torres, mas não resistiu aos ferimentos.

O caso aconteceu um dia antes da morte de Lisete Pereira, de 78 anos, que foi atingida no peito por uma bala perdida no quintal de casa na tarde deste domingo (5) no bairro Arsenal, também em São Gonçalo.

Em dezembro, outras duas pessoas morreram por balas perdidas na região. Sandra Gomes Sales, de 61 anos, moradora do bairro Jardim Catarina, foi atingida por um tiro na nuca quando ia buscar o neto no colégio, que fica a cerca de 800 metros de sua casa. No momento, uma operação policial era feita na região.

No dia 15 de dezembro, Maria dos Remédios Vilarinho de Jesus, de 65 anos, estava na companhia do filho Rua Albino Imparato, no Jardim Catarina, quando – segundo a polícia – dois homens em uma moto praticavam assaltos na região.

Após os militares chegarem ao local, os criminosos fugiram e houve perseguição. Ainda de acordo com a PM, os bandidos atacaram os agentes, que não revidaram. Após os disparos, Maria dos Remédios foi encontrada sem vida.

Via: G1