Jornal Povo

Forte chuva em Petrópolis deixou 33 famílias desalojadas e rastro de destruição

A forte chuva que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio, deixou 33 famílias desalojadas. A informação é da Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias. De acordo com a pasta, desde a tarde desta quarta-feira até a manhã desta quinta foram registradas 124 ocorrências na cidade. Quinze imóveis foram interditados. Uma adolescente de 14 anos ficou ferida após sofrer uma descarga elétrica — a suspeita é que a casa dela, no bairro Atílio Marotti, tenha sido atingida por um raio.

Em uma semana, Petrópolis registrou, ao todo, 383 ocorrências por causa de tempestades. De acordo com o secretário de Defesa Civil, coronel Paulo Renato, as chuvas estão sete vezes acima do esperado para a cidade neste período.

— É importante ressaltar que nós tivemos aqui em Petrópolis, na última semana, três chuvas muito fortes. Imprevistas e atípicas mesmo para o verão da cidade, que nós já sabemos que é o período de maior dificuldade que nós enfrentamos no que diz respeito aos desastres.

De acordo com ele, a prefeitura está com mais de 200 homens nas ruas, além de equipamentos, para atender as ocorrências.

— Apesar dos danos materiais, quero frisar aqui que nenhuma capital conseguiria passar ilesa a chuvas como essas em uma semana. Nem Rio de Janeiro, nem São Paulo, nem Belo Horizonte… O diferente é, que numa cidade com histórico de 411 mortes por desastre nos últimos 30 anos, nós estamos resistindo e superando sem nenhuma morte. Isso é resultado de um trabalho preventivo realizado no ano todo — disse.

De acordo com o coronel Paulo Renato, a previsão para esta quinta-feira é de mais 45 milímetros de chuva.

Os imóveis interditados ficam nos bairros Quitandinha, Retiro e Alto da Serra. Segundo a Defesa Civil, os desalojados não quiserem ficar nos abrigos disponibilizados e optaram por ir para casas de parentes. As famílias estão sendo acompanhadas pela Secretaria de Assistência Social, que analisa quais se enquadram nos requisitos do Aluguel Social.

A Defesa Civil informou, ainda, que nesta quarta o pluviômetro da Rua João Xavier, no Bingen, registrou 96,4 milímetros de chuva em uma hora — quase nove vezes mais que o esperado para a quarta-feira. No Dr. Thouzet o acumulado chegou a 85 mm no mesmo período.

O rastro de destruição fez o técnico químico Rodrigo Menezes, que havia se mudado para Petrópolis há cinco meses, decidir abandonar a cidade e voltar para o Rio. A rua São Paulo, próxima à sua casa, foi totalmente interditada por conta de um deslizamento de terra.

– Estou caindo fora daqui. Eu trabalho em esquema de turno na Reduc (Refinaria Duque de Caxias), e minha esposa fica sozinha em casa. Imagina se o barranco que invadiu a rua tivesse descido na minha casa? Ia levar a minha casa junto. Vou voltar para o Rio, porque aqui é muita insegurança a cada chuva – diz ele, que mora no bairro Rio de Janeiro, vizinho ao Quitandinha.

Deslizamentos e a destruição de paralelepípedos também prejudicaram a circulação de ônibus. Até ontem, ao menos três linhas que transportam passageiros na Quitandinha não estavam operando devido à interdição de ruas.

– As linhas 24, 40 e 54 não passam. E a gente, que não tem carro, agora tem que se aventurar andando a pé em meio à lama e a paralelepípedo soltos – reclamou a professora Vera Lucia, moradora do bairro Rio de Janeiro.

Via: Jornal Extra