A Cedae informou, na noite desta quinta-feira, que adotará uma nova medida no tratamento da água que fornece aos consumidores fluminenses. Em caráter permanente, disse a companhia em nota, a aplicação de carvão ativado pulverizado no início do tratamento. “Isso será feito para reter a Geosmina caso esse fenômeno volte a ocorrer”.
Na mesma nota, a Cedae afirmou que fará a mudança “apesar de todos os testes realizados nos últimos dias terem apontado que a água fornecida está dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde, e própria para o consumo”. A empresa informou ainda que já deu ordem para a aquisição que deverá ser aplicada nos próximos dias.
A companhia ressaltou que o método já vem sendo utilizado por outros estados como São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul, onde o problema tem maior recorrência. “Na última vez em que a Cedae identificou a presença de Geosmina na água foi em 2004 e, à época, avaliou-se que não seria necessário adotar medida semelhante”.
Ainda segundo a empresa,as amostras já analisadas desde terça-feira na Estação de Tratamento do Guandu não apresentaram alteração quanto ao cheiro e ao gosto. “Ao longo do sistema, porém, a água ainda pode apresentar gosto e cheiro alterados em alguns locais”. Por isto, a Cedae garantiu que vai continuar monitorando todo o sistema de abastecimento ao longo da semana.
Análises feitas pela Vigilância Sanitária apresentam potabilidade satisfatória
O resultado da análise de 50 amostras da água de abastecimento distribuída pela Cedae, coletadas nesta quarta-feira pela Vigilância Sanitária em diversos bairros do Rio, foi considerado satisfatório. Ontem, o órgão já havia divulgado os resultados, também satisfatórios, das primeiras 57 amostras recolhidas na terça-feira. A Vigilância analisa os índices do cloro, pH, turbidez, coliformes totais e Escherichia coli, que atestam a potabilidade da água nos pontos analisados, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
No entanto, o estudo da Vigilância Sanitária não detecta a presença de substâncias químicas e outros microorganismos que podem gerar danos à saúde humana. Essa avaliação cabe somente à companhia distribuidora. A Cedae, por sua vez, informou na terça-feira que detectou a presença de geosmina, substância orgânica produzida por algas, em amostras coletadas ao longo de sua rede de abastecimento. A empresa garantiu que não há risco à saúde da população.