Jornal Povo

Sem monitoramento, qualidade da areia das praias do Rio não é testada desde maio de 2019

Com praias lotadas por causa do verão e das férias escolares, os banhistas devem ficar atentos. Desde maio do ano passado, ou seja, há pouco mais de sete meses, a areia não passa por análise.

“É difícil, porque eu tô fazendo uma caminhada e não dá pra observar todos os espacinhos, mas realmente ela não é limpa, não é totalmente limpa”, disse uma banhista.

No último boletim divulgado, 36 trechos de praias foram analisados, sendo que 27 foram considerados “não recomendados”.

Entre eles está a Praia de Copacabana, na altura da Rua República do Peru, na Zona Sul, próximo ao local de onde aconteceram os shows do Ano Novo e também de onde vai acontecer a abertura do carnaval, neste fim de semana.

Outras praias que também foram consideradas não recomendadas são Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra da Tijuca, Ilha do Governador, Flamengo, Botafogo e o Piscinão de Ramos.

O último boletim disponível também mostra que outros seis trechos de praia foram considerados regulares e apenas três foram classificados como bons: Ramos, Pontal e Macumba. Nenhum trecho recebeu a classificação ótima.

O controle era feito pela Prefeitura do Rio, mas o contrato com a empresa terceirizada acabou e não foi renovado.

Procurada nesta sexta-feira (10), a prefeitura informou que está em fase final para fazer uma nova licitação.

A infectologista Cristiana Meirelles faz um alerta sobre os perigos que a areia da praia pode esconder.

“O principal problema seria a gastroenterite aguda, que é uma infecção fecal oral, ou seja, no caso da areia estar contaminada, se você fizer contato com a boca, com mucosa, você pega diarreia, vômito, febre alta, pode ter sangue nas fezes e evoluir com desidratação que é muito grave, principalmente em crianças”, explica Cristiana.

Ainda segundo a especialista, além da gastroenterite, é possível ter também problemas de pele, como micoses, e larva de migras, que é aquele bicho geográfico que faz um caminho na pele.

Via: G1