Jornal Povo

Com má qualidade da água, consumo de galões aumenta 50% no Rio

Uma semana após moradores de diversos bairros da cidade denunciarem a má qualidade da água que está chegando às torneiras, as garrafas de água mineral viraram artigo de luxo nas prateleiras dos supermercados.

Na Tijuca, na Zona Norte, a advogada Vera Barros peregrinou em busca de água nos supermercados do bairro. Mas a procura foi em vão. “Não tinha em mercado nenhum daqui da região da Rua Uruguai. Só tem água com gás. E, mesmo assim, passou de R$ 2,49 pra R$ 4”, reclamou.

O mesmo aconteceu com o jornalista Igor Cardoso, que também reside na Tijuca. Não encontrou água mineral disponível em nenhum dos dois supermercados que procurou. No Centro, a auxiliar de escritório Tânia Maria, de 57 anos, só encontrou água com gás. “A água da torneira continua saindo com gosto péssimo. Daí, a gente vem comprar a mineral e também não encontra”, disse ela.

O aumento na procura é justificado por dados do Sindicato Nacional da Indústria de Água Mineral. O consumo de garrafas d’água cresceu 30% e o de galões teve um aumento de 50%.

Em Paciência, na Zona Oeste, a estudante Jaqueline Leocádio, de 37 anos, conta que a água já não chega mais tão turva à sua residência. Mas o odor ainda é forte. “Até no banho você sente o cheiro de terra”, contou.

Procurada, a Cedae informou que o carvão ativado que deverá ser usado na Estação de Tratamento do Guandu deve chegar hoje. E, a partir da próxima semana, a companhia adotará, em caráter permanente, a aplicação do produto. “Isso será feito para garantir que a geosmina (substância produzida pela bactéria de uma alga) seja retida”, informou em nota. A empresa reafirma que a substância não faz mal à saúde.