Jornal Povo

Fernando Pacheco será o terceiro jogador peruano a defender o Fluminense. Lembra dos outros?

Anunciado oficialmente pelo Fluminense na noite desta segunda-feira, Fernando Pacheco será apenas o terceiro peruano na história tricolor. E o atacante de 20 anos, comprado junto ao Sporting Cristal, do Peru, por U$ 700 mil dólares (aproximadamente R$ 2,8 milhões), chega com o desafio de ficar mais lembrado do que seus compatriotas. Em 117 anos, o clube teve só dois jogadores do país: o lateral-esquerdo Olivares e o também atacante Villalobos, ambos no século passado.

Jogadores de diferentes épocas, que não deixaram saudades nas Laranjeiras, mas com boas histórias para contar: foram 39 gols, dois títulos, uma reviravolta, renovação, dispensa polêmica, atraso de documentação e até um anúncio que não se confirmou. O GloboEsporte.com vasculhou jornais antigos e apresenta um pouco da trajetória dos outros peruanos com a camisa tricolor:

O primeiro peruano do Fluminense também foi um atacante: Jesus Villalobos. Ele estava no Sucre FC, do Peru, quando foi contratado em junho de 1951, prestes a completar 24 anos, e chegou com status de estrela. Como condição para comprar o jogador, ficou acertado entre o Tricolor e o time peruano quatro amistosos no Brasil.

Mas ele demorou a engrenar. No título carioca do Fluminense daquele ano, o atacante só entrou em campo uma única vez, no empate por 1 a 1 com o Botafogo no Maracanã. Alvo de críticas até mesmo na imprensa, Villalobos chegou a ficar encostado na reserva e quase deixou o clube. Porém, ficou e deu a volta por cima.

No Torneio Rio-São Paulo de 1952, virou titular na sexta rodada e fez três gols em quatro jogos. O Fluminense não foi campeão, mas o atacante ganhou destaque na imprensa e afastou as críticas. Mas no título da Copa Rio meses depois, voltou a ser coadjuvante e participou só de duas partidas: a vitória por 1 a 0 sobre o Grasshopper, da Suíça, e no 3 a 0 sobre o Peñarol, do Uruguai.

Em 1953, Villalobos voltou a ser titular e foi procurado para renovar contrato com salários de 12 mil cruzeiros por mês. Porém, no ano seguinte, acabou tendo uma saída polêmica após um torneio amistoso no Uruguai. Segundo divulgado na imprensa, o atacante reclamou de dor na véspera do jogo contra o Peñarol, mas o exame não apontou nada, e ele “melhorou” após ser cortado da partida.

Revoltado, o técnico Gradim tirou o atacante dos planos, e a diretoria o negociou com o Ipiranga, de São Paulo. Villalobos ainda ficou durante 15 anos no país, rodando por outros clubes. Mas nunca mais voltou ao Fluminense. No Tricolor, foram 90 jogos, 38 gols e dois títulos, embora como coadjuvantes.

Sua estreia foi no dia 17 de abril, no empate sem gols com o Volta Redonda em Moça Bonita. Ele desde o início virou titular do time, mas acabou jogando muito pouco devido às convocações da seleção peruana e ao contrato curto, só até o final daquele ano. No Brasileirão, não conseguiu ajudar o time a escapar do rebaixamento, que acabou evitado no ano seguinte por uma denúncia de manipulação de resultados.

Ao todo, foram só 12 partidas e um gol, na vitória sobre o Fast Club em amistoso em Manaus. Os tricolores bom de memória podem até confundir o ano da passagem do peruano com 1997. É que após a CBF cancelar o rebaixamento do ano anterior e confirmar Fluminense e Bragantino na Série A, a diretoria tricolor anunciou a volta de Olivares, só que o lateral foi para o Cruz Azul, do México.

Via: G1