Jornal Povo

Moradores e comerciantes fazem protesto pela reabertura da Avenida Niemeyer, na Zona Sul do Rio

Moradores e comerciantes de São Conrado, na Zona Sul do Rio, fizeram, na manhã desta quarta-feira (14), um protesto para chamar a atenção das autoridades sobre o destino da Avenida Niemeyer. A via está fechada ao trânsito há oito meses.

Eles botaram uma mesa no meio da pista e deu até para servir um café da manhã, na avenida. Foi um protesto do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Rio. Uma forma de chamar a atenção para o impacto que o setor vem sofrendo desde que a Niemeyer foi interditada.

“Tem hotéis aqui de grande porte, que empregam mais de 500 pessoas. Você vê quantas famílias dependem desses empregos: motéis, hostels, pousadas. É uma dificuldade enorme. Fora o prejuízo para a cidade e para o próprio turista que fica impedido de passar nessa via maravilhosa”, disse o presidente do sindicato Alfredo Lopes.

A comerciante Dorinha Farias tem um restaurante na região e diz que a freguesia caiu pela metade.

“A gente sente muita falta dos fregueses que vinham todo dia, fregueses que passam na Barra, param no meu restaurante para almoçar, jantar. Isso está trazendo transtornos e eu estou ficando quase sem movimento na casa”, reclamou Dorinha.

Moradores de São Conrado também participaram do ato. Eles dizem que não são os únicos prejudicados.

“A Avenida Niemeyer fechada deu um nó na cidade. Nós precisamos de uma solução, nem que seja paliativa para sair desse imbróglio”, disse José Britz, da Associação de Moradores de São Conrado.

Já faz oito meses que a Niemeyer está interditada. A prefeitura já entrou com vários recursos pedindo a reabertura. Mas a Justiça ainda não está convencida sobre a segurança da via.

Na última decisão, do mês passado, o desembargador Agostinho Teixeira, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concluiu “que não era seguro transitar pela avenida até que 100% das obras emergenciais estejam finalizadas”.

Já a prefeitura alega que a via não oferece risco aos motoristas. Diz que já investiu R$ 34 milhões na Niemeyer em obras de recuperação.

Os motoristas não veem a hora dessa novela acabar. “Quarenta minutos aí de engarrafamento todo dia só para chegar na Gávea, entendeu? Não dá, não dá para continuar assim, não”, reclamou a arquiteta Carolina Gonzales.

Mas quem costumava passar pela avenida todos os dias só quer que ela seja reaberta com segurança.

“Pelo que sei, está tudo na metade, né? Então, tem que terminar de fazer o serviço para a gente poder passar lá com segurança”, ponderou o motorista de aplicativo Fabiano Marques.

Via: G1