Jornal Povo

Caos no Enem: 60 mil estudantes pedem recorreção, número bem maior do que anunciou Weintraub

O número de pedidos para recorreção da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chegou a 60 mil nesta segunda-feira (20), segundo levantamento do Estado de S. Paulo. A quantidade é cerca de dez vezes maior do que havia sido anunciado pelo ministro Abraham Weintraub.

Ainda nesta segunda-feira (20), o ministro havia dito que o erro na correção das provas havia afetado poucas pessoas e seria rapidamente resolvido: “A gente já tem o número de pessoas e vai ser corrigido hoje à noite. Estamos falando de 0,1% das pessoas, isso dá cerca de cinco ou seis mil candidatos, problemas que vão ser corrigidos”. Weintraub afirmou que “o impacto é baixo e não vai ter nenhum efeito para a maioria das pessoas”.

Segundo o ministro, o erro na nota de milhares de candidatos teria sido causado por culpa da gráfica Valid. Weintraub atribuiu o problema à impressora, que teria “engasgado” e provocado o deslocamento da prova com o gabarito. Quem fez prova de uma cor teve o gabarito corrigido como se fosse outra cor.

A nota do Enem é critério para concorrer no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) a uma das 237 mil vagas em universidades federais no País. Apesar da crise, o período de inscrições foi mantido: vai de terça-feira (21) a sexta-feira (24).

O erro do exame tem recebido inúmeras críticas por ter prejudicado milhares de estudantes. “Este governo é uma vergonha. É corrupto, imoral, ligado a milícia, inspirado no nazismo, ou seja, mal intencionado. Mas é incompetente também. Muitos adjetivos? Todos fáceis de serem ilustrados. Só não vê quem não quer”, disse a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).

Para a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), “não faltam provas da incompetência de Weintraub. A educação atravessa uma séria crise enquanto o ministro perde tempo com polêmicas na internet. Milhares de estudantes questionam sobre a situação de suas provas. A cada dia um novo problema”.

“Começamos a semana com um grande ponto de interrogação sobre o futuro de milhares de jovens prejudicados por erros no Enem. O prazo para pedir a correção foi muito curto, precisa ser prorrogado. Muitos candidatos ainda não tinham conhecimento do problema com as notas”, declarou a deputada Tabata Amaral (PDT-SP). 

Via: Revista Fórum