Jornal Povo

Livros de colégio estadual de Itaguaí são descartados em rio

Dezenas de livros didáticos, com a identificação do Colégio Estadual Sandra Roldan Barbosa, localizado no município de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, foram encontrados dentro do rio Mazomba, na zona rural da cidade.

Os livros encontrados no rio estavam fora da validade determinada pelo Ministério da Educação, mas não poderiam ser descartados dessa maneira.

Os moradores que encontraram os livros jogados como lixo dentro da água fizeram fotos do material e denunciaram o descaso com a natureza e com a educação da região.

A reportagem do RJ2 foi até o colégio nesta sexta-feira (17), mas não foi recebido por ninguém no local.

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que todos os livros didáticos sem uso devem ser adequadamente acondicionados. Segundo a secretaria, o material fora de validade deve ser doado.

O governo informou ainda que vai abrir uma sindicância para apurar os fatos e que a diretora será afastada para não influenciar nas investigações. A secretaria disse que, se for comprovado o descaso, a diretora poderá ser exonerada.

A diretora do Colégio Estadual Sandra Roldan Barbosa, Kelen Apter, se defendeu das acusações contra a instituição de ensino pelas redes sociais.

Apter disse que os livros não foram descartados pela instituição. Segundo ela, o material foi doado de forma regular e a instituição não foi responsável pelo descarte no rio.

“Cada diretor tem autonomia para doar os livros fora da validade para ongs, bibliotecas e entidades e até para reciclagem. Todo o processo de doação é registrado num documento com duas vias assinado pela escola e por quem recebe a doação”.

Segundo a diretora, os documentos que comprovam a doação regular estão à disposição das pessoas que fizeram as acusações contra ela. Kelen disse que ela é a maior interessada em descobrir a procedência do descarte irregular desses livros.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o descarte dos livros.

Na última quinta-feira (16), a Secretaria de Educação (Seduc) afastou a diretora da escola estadual Monteiro de Carvalho, em Santa Teresa, no Centro do Rio. Ela teria determinado que funcionários da unidade escolar jogassem pela janela livros que estavam inutilizados, por causa de mofo.

Os exemplares tinham sido doados e estavam guardados na antiga biblioteca da escola, que estava interditada pela Defesa Civil por causa de risco de desabamento de uma encosta. Os livros, de acordo com a Seduc, foram enviados para reciclagem no Santo Cristo, também na região central da cidade.

Outra sindicância foi aberta para apurar os fatos ocorridos em Santa Teresa.

Via: G1