Às vésperas de completar um ano do rompimento da barragem na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, a mineradora Vale do Rio Doce tenta diminuir na Justiça o campo de atuação das assessorias técnicas, serviço que tem por objetivo prestar assistência aos atingidos. A empresa pede a redução do orçamento, do escopo de atuação e do tempo de duração das assessorias, mesmos argumentos que impediram o início do trabalho de assistência técnica na Bacia do Rio Doce.
De acordo com reportagem de Guilherme Weimann, do Brasil de Fato, a defesa da mineradora encaminhou um documento à 6ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte pedindo a redução do trabalho das assessorias. Para a advogada Heiza Maria Dias, da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), em entrevista ao portal, investidas da Vale na Justiça pretendem reduzir a função das assessorias ao repasse de informes.
“As contestações da Vale apontam para a descaracterização do direito à Assessoria Técnica. Em relação ao escopo é importante destacar que a empresa propõe uma assessoria sem técnicos e sem consultorias, restando apenas a administração do projeto e mobilizadores, e estes em números reduzidos também”, relata Dias.
Como resposta ao impasse da mineradora, teve início nesta segunda-feira (20) uma marcha de seis dias organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Os manifestantes iniciaram a marcha em Belo Horizonte, com uma caminhada, saindo da praça do Papa até a praça Milton Campos.
Segundo o MAB, foram feitas duas paradas, a primeira, em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na avenida Afonso Pena, e em seguida em frente à Agência Nacional de Mineração. Nas duas instituições, o MAB protocolou documentos questionando o Estado em relação ao rompimento da barragem que deixou 270 mortos, sendo que 11 ainda estão desaparecidos.
Via: Revista Fórum