Jornal Povo

Avesso a rótulos, Odair não visa 3 volantes em início no Fluminense: “Cara aberto a possibilidades”

Odair Hellmann venceu em sua estreia como técnico do Fluminense: 1 a 0 sobre a Cabofriense no domingo passado. Venceu também em seu segundo jogo: 2 a 0 sobre a Portuguesa, na quinta-feira. Em meio aos elogios pelo começo de trabalho com o pé direito, ouviu também críticas pelos três volantes escalados no primeiro jogo: Yuri, Hudson e Dodi, algo que conviveu muito em seu trabalho à frente do Internacional.

A TV Globo transmite Fluminense x Bangu neste domingo, ao vivo, a partir das 16h

Avesso a rótulos, o treinador catarinense de Salete rebateu com argumentos e explicações táticas, em entrevista exclusiva à TV Globo e ao Globo Esporte. Ressaltou que nem todos os chamados volantes exerceram tal função na partida e lembrou que sofria com muitos desfalques, entre lesões e não regularizações. Garantiu também que, neste primeiro momento, não pensa em usar esquema com três volantes no Tricolor.

  • Futebol brasileiro gosta muito de nomenclatura. Eu costumava dizer que Patrick e Edenilson, para mim, não eram volantes, eram meio-campistas. Mas se veio contratado como volante, volante será eterno, mesmo fazendo gols, mais do que os meias e atacantes, muitas vezes. Treinamos em toda as oportunidades com dois volantes e com jogadores de outras características nas outras funções. Mas perdemos a maioria dos jogadores naquela função ofensiva e também não conseguimos inscrever outros. Visualizamos a possibilidade de iniciar com o Dodi, fazendo uma função não de volante, mas em uma linha aberta – até por ver nos primeiros treinos que ele tem uma característica leve, dinâmica, para isso gerar outras possibilidades na frente. Não tinha nada de três volantes. Só a nomenclatura. Por isso que temos que observar bem o contexto todo e não rotular.
  • Sou um cara aberto a possibilidades. A ideia inicial não é começar com três volantes. Ali na frente, pode vir a acontecer em algum momento? Pode. Se eu visualizar dentro dos treinamentos e dos jogos que seremos mais forte assim, vou construir uma situação para que o Fluminense seja forte. Esse é o objetivo. Mas a princípio, agora, não. A princípio são com dois volantes, para dar uma estrutura de equilíbrio, e buscar jogadores com outras características nas outras funções.

Os cabelos grisalhos podem disfarçar a juventude. Com 43 anos, completados nesta quarta-feira, Odair teve seu primeiro trabalho como técnico de equipe principal ao assumir o Inter nas rodadas finais da Série B. Após confirmar o acesso, fez duas temporadas de campanhas expressivas à frente do Colorado: 3º lugar e classificação à Libertadores no Brasileirão 2018, quartas de final da Libertadores 2019 e vice-campeonato da Copa do Brasil 2019. Um total de 116 jogos e 60% de aproveitamento. Foi demitido na reta final da temporada após desgaste com a perda da final. Sob críticas a decisões táticas e ao estilo de jogo, que ele rebate com seus resultados:

  • Foi a forma que conseguimos montar lá, dentro das características dos jogadores que tínhamos no grupo. Uma equipe altamente competitiva, forte, que tirou o Internacional da Série B. Que, um ano depois de passar o seu pior momento na história, foi terceiro lugar com a maior pontuação de sua história no Brasileirão. Que em 2019 foi a final de uma Copa do Brasil. Perdeu? Horrível! Ninguém gosta de perder, principalmente título. Mas chegou à final um ano e sete meses depois de não ter sido campeão da Série B. Chegou às quartas de final da Libertadores contra o Flamengo… A pessoa pode até não gostar da maneira, mas ela precisa respeitar que aquela ideia deu certo – defendeu-se.

Se Odair conseguiu no Inter bons resultados com sua trinca Dourado (Lindoso)/Patrick/Edenilson, no Fluminense o treinador terá a missão de montar um time igualmente competitivo, mas com peças de características diferentes. Para o meio de campo, por exemplo, o treinador tem no elenco nomes como Henrique, Hudson, Yuri, Dodi, Yago, Michel Araújo, Ganso, Nenê e Miguel.

  • Lá era um momento, uma outra equipe, outro ano, características diferentes de jogadores. Aqui é o Fluminense, características outras de jogadores, uma nova ideia – reforçou.

Por falar em Ganso e Nenê, o treinador disse que não pretende escalar os dois juntos neste início, mas se ambos provarem no treino ser possível, não descarta utilizar no futuro:

  • Estou aberto a qualquer possibilidade boa para o Fluminense. Em se tratando de jogadores, melhor ainda. Mas, nesse início, não. A princípio, vamos usar um meia, para que ele possa ser esse articulador, esse cara de movimentação. O que não impede de usar durante um jogo, ou, daqui a pouco, em um início de jogo também. Preciso ver isso no treino. Depois precisamos usar no jogo para que o jogo também nos dê resposta. Mas são dois grandes jogadores, de qualidade, e eu estou atento a todas as situações.

E se o assunto é como encaixar jogadores de nome na equipe, por que não perguntar sobre Fred? Um dos maiores ídolos da história do Fluminense, o veterano tem grandes chances de retornar ao clube caso acerte a saída do Cruzeiro. Odair elogiou o centroavante, mas adotou a cautela ao falar de jogadores que ainda não estão no clube.

  • Falar do Fred qualquer coisa, nesse momento que ele é jogador de uma outra equipe, o que posso dizer é que é um grande jogador, grande ídolo, terceiro maior goleador da história do Fluminense. Deixa ele resolver a situação com o Cruzeiro e estamos quietinhos aqui atentos às situações do mercado.

Confira a entrevista completa:

Como foi a decisão de treinar o Fluminense?

Quando eu recebi o convite, conversei com o presidente, com o Paulo. Nós conversamos a respeito de todas as situações do clube. E o presidente tem feito movimentos importantíssimos em relação a essa estruturação fora do campo: aqui no centro de treinamento, na estrutura do dia a dia, nessa parte financeira, colocando salários em dia… Acho que ele pagou mais salários até do que tempo de cargo que ele tem. Isso mostra o desejo e a linha que ele quer buscar e que ele quer trazer no seu trabalho. Isso é importante. Claro o clube pode atravessar em algum momento alguma dificuldade, também temos que saber participar dela dentro de uma normalidade, como eu disse, dificuldades nós todos temos. Na nossa casa, no nosso emprego, na nossa família, no nosso clube. E vamos tentar juntos buscar soluções. O presidente e a direção estão fora do campo, buscando a melhor estrutura e a parte financeira pro clube, e nós, da comissão técnica, dentro do campo, estruturando essa parte técnica, tática e física para que possamos construir uma equipe muito competitiva, forte que possa disputar os campeonatos com muita força e que consigamos construir essa ideia de jogo o mais rápido possível pra dar essa resposta paro nosso torcedor.

Você volta ao Fluminense vinte anos depois – jogou na campanha do título da Série C em 1999. O que melhorou no clube de lá para cá?

Nós treinávamos nas Laranjeiras. Agora tem o centro de treinamento, que é de qualidade, que nos oferece condições de trabalho. O Fluminense passou daquele momento difícil e ganhou vários títulos importantes. E essa é a retomada. É a manutenção dessa estrutura e dessa organização fora do campo, que o presidente está buscando, está dando ao clube. Uma casa, para que ela dure anos, ela precisa ser feita em um alicerce muito forte. Porque se você construir o telhado primeiro com a parede e se esquecer do alicerce, ela cai rapidinho. Qualquer vento que apareça, ela desequilibra. Se você tiver um alicerce forte e for construindo as paredes e as coisas a cada passo, certamente teremos um Fluminense forte e cada vez mais consolidado. Como fez, daquele momento lá em 1999, quando estava na Série C, saiu daquele momento e veio para um outro momento importante, de títulos expressivos. Essa é a história do Fluminense. Esperamos poder coroar esse ano com conquistas, títulos. Mas sabemos que ainda está muito distante, que precisamos trabalhar muito no dia a dia e precisamos ir para dentro do campo de jogo, que é onde as coisas se conquistam realmente, e fazer essa equipe forte para alcançar nossos objetivos.

Ficou satisfeito com a atuação do Fluminense no mercado para 2020?

Isso tudo entra em um contexto. Quando você passa uma dificuldade financeira, você precisa pensar de acordo com o que você vive financeiramente. Se você tem mais dinheiro, melhor condição, você olha de uma forma. Então, tivemos, além de criatividade, boas oportunidades, e conseguimos qualificar o grupo com jogadores que estavam jogando nas suas equipes, competindo muito forte, bem, que se encaixavam dentro do nosso pensamento não só financeiro, mas também de condição técnica, tática, de questão humana, de relação humana. O Henrique, por exemplo, foi capitão do Cruzeiro por anos. O Hudson foi capitão no São Paulo. Nós temos outros caras aqui dentro com característica de capitão. Isso tudo agrega muito para os jovens que temos, para essa escola de Xerém que o Fluminense tem. Essa mescla de experiência e jovens é uma forma que tende a dar certo na construção do trabalho. Estou feliz pelas situações que nós conseguimos. O Fluminense tem que estar sempre aberto ao mercado. Não fechamos nunca. Claro que tem momentos que podemos ter muitos jogadores em cada função, aí esperamos, mas nunca fechado, porque o Fluminense, gigante que é, tem que estar sempre pronto e aberto para uma nova oportunidade para trazer qualidade e situações importantes pro clube. Mas, nesse primeiro momento, estou muito feliz com a vinda desses jogadores e também com aqueles jogadores que já estavam aqui.

Como foi vencer neste começo de Campeonato Carioca?

Ganhar é sempre bom. No futebol, costumo dizer que ganhamos e não comemoramos, só ficamos aliviados e vamos para o próximo. O objetivo é o vencer. Claro que não a qualquer custo, não fora da prática do jogo, mas buscando sempre o melhor desempenho, desenvolvendo um bom jogo com a bola, estando bastante forte sem ela, com bastante intensidade, competitividade. É o que estamos buscando fazer nesses primeiros dias de treinamento. É muito pouco tempo. Foram oito, dez dias de treinamento, com uma mudança muito grande de jogadores que saíram para jogadores que chegaram. Então vai necessitar de um tempo maior para que a equipe mostre uma identidade que estamos tentando implantar no dia a dia. Mas, sabendo disso, eu não tenho tempo, como treinador, para implantar ideia, formar equipe, consolidar todas as formas e não vencer. Então, o resultado é importante nesse sentido. Ele gera confiança e gera alegria para todos nós e esse é o intuito final: vencer, vencer os jogos. Que bom que nós conseguimos. Que seja assim no restante do campeonato.

Pelo que o Fluminense brigará em 2020?

Eu penso que você não pode colocar limite para brigar. Tem que brigar por tudo, por todas as competições. E aí dentro do campo você precisa mostrar essa condição, trabalhar para isso. Nós temos um grupo de qualidade. Estamos construindo um grupo e a ideia é construir uma equipe forte e de qualidade. Para isso que vejo a importância do grupo, porque são muitas competições. Criar entre os jogadores essa competição aqui interna para evoluir e levar isso para dentro do campo de jogo. Então, limite não colocamos. Temos sempre que mirar o mais alto possível porque sonhar pequeno você chega só no pequeno. E o Fluminense é gigante e tem que pensar sempre nos primeiros lugares, sempre em disputar todas as competições. Mas sabendo sua realidade. E nossa realidade hoje é que perdemos muitos jogadores que tinham uma identidade e um entrosamento como equipe. Jogadores que eram titulares, que estavam jogando, que se destacaram, que foram para outros clubes. Daniel, Yony, Caio, Allan… Está se constituindo uma nova equipe. O Nino está na Seleção, o Digão voltou faz uma semana. Tem Henrique, Egídio, Ganso, Muriel, jogadores que não conseguimos estrear ainda. Então, há uma construção de equipe e precisa de tempo para essa construção e essa evolução. Claro que nós temos jogo e nós precisamos ganhar, como fizemos, mas sempre evoluindo para o próximo jogo, recebendo mais jogadores para que possamos consolidar esse novo time, essa nova ideia. É uma nova equipe. E uma nova equipe, para consolidar sua ideia de jogar, precisa de tempo, mas precisa dar passos de evolução. E é isso que estamos treinando, cobrando, para que possamos evoluir a cada jogo dentro da nossa construção.

Na apresentação, você disse não gostar de rótulos, algo que, nós da imprensa, costumamos usar muito. Qual rótulo que colocam em você que você menos gosta? É o de treinador defensivo, retranqueiro?

Eu não gosto de rótulos para nada na vida. Não é pra mim. Porque às vezes as pessoas nem te conhecem e te colocam, “ó, aquele cara é mal-educado”, ou “é retranqueiro” ou “é ofensivista”… Se você for analisar o trabalho, não bate com aquilo que falam. Alguns podem até discordar, com os quais eu respeito, mas rótulo não é bom pra ninguém, para nada. Eu acho que precisamos estar sempre de mente aberta para avaliarmos positivamente, negativamente, jogo bom, jogo ruim, mas analisar sempre em um contexto. E não pegar pontos, especificar, rotular e depois, talvez a pessoa até nem esteja passando por aquele processo, mas aquele rótulo ficou, aquela marca ficou. Então é muito difícil. Às vezes acontecem as grandes injustiças da vida. Quantas pessoas foram injustiçadas – não estou falando apenas do futebol, do esporte – porque tiveram um rótulo expresso na sua paleta e depois não conseguiram tirar, mesmo mostrando que aquilo não era um fato verdadeiro, porque a imagem do rótulo pesa muito. Então, eu desconsidero isso. Tenho uma imagem aberta, abrangente. Faço as análises que têm que ser feitas no dia a dia profissionalmente, mas sem ficar me rotulando também como treinador. “Eu sou assim, eu sou assado?” Não! Eu sou um profissional do futebol, um treinador de futebol, que tem ideias, que primeiro visualiza seus jogadores dentro das características que o grupo tem, e aí monto uma ideia de jogo que possa potencializar essas características e formar uma equipe muito forte e competitiva, e que possa agradar seus torcedores e ganhar jogos e títulos. Esse é meu objetivo.

Em sua estreia, muitos elogiaram a vitória, mas houve também quem pegou no pé pelos três volantes na escalação, mesmo que um dos três (Dodi) não tenha exercido a função na partida…

Nomenclatura, né? Futebol brasileiro gosta muito de nomenclatura. Eu costumava dizer que Patrick e Edenilson, para mim, não eram volantes, eram meio-campistas. Mas se veio contratado como volante, volante será eterno, mesmo fazendo gols, mais do que meias e que os atacantes, muitas vezes. Quando jogavam os três continuava o rótulo de três volantes… Agora, da mesma forma. Treinamos em toda as oportunidades com dois volantes, com jogadores de outras características nas outras funções. Mas nós perdemos a maioria dos jogadores naquela função ofensiva e também não conseguimos inscrever os outros jogadores. E aí a visualizamos a possibilidade de iniciar com o Dodi aberto, fazendo uma função não de volante, mas de um jogador em uma linha aberta – até por visualizar nos primeiros treinos que ele tem uma característica leve, dinâmica, para isso gerar outras possibilidades ali na frente. A ideia era essa outra função, não tinha nada de três volantes. Só a nomenclatura. Por isso que temos que observar bem o contexto todo e não rotular.

Guardadas, claro, as devidas proporções, o Liverpool, melhor time da atualidade, joga com três jogadores no meio de campo que poderiam ser considerados volantes: Fabinho, Henderson e Wijnaldum…

Lá são os “volantes modernos”. No Internacional eram “os três volantes”… Respeito a opinião das pessoas. Converso, debato também. Na hora que tivermos tomando uma cerveja, faço esse debate, esse debate é válido. Esse é o futebol. As pessoas têm opiniões diferentes. Respeito o contraditório sempre. Mas eu, por exemplo, falando especificamente desses jogadores (Patrick e Edenilson), os considerava meio-campistas. Caras que chegavam na área, que faziam a transição, que rompiam linhas, que faziam gols decisivos e que davam uma estrutura equilibrada defensivamente para a equipe. Foi a forma que conseguimos montar lá, dentro das características dos jogadores que tínhamos no grupo, uma equipe altamente competitiva, forte, que tirou o Internacional da Série B. Que, um ano depois de passar o seu pior momento na história, foi terceiro lugar, com a maior pontuação de sua história no Brasileirão. Que em 2019 foi a final de uma Copa do Brasil, sendo que em 30 edições, foi em apenas três. Perdeu? Horrível! Ninguém gosta de perder, principalmente título. Mas chegou à final um ano e sete meses depois de estar na Série B e de não ter sido campeão dela. Chegou às quartas de final da Libertadores contra o Flamengo… A pessoa pode até não gostar da maneira, mas ela precisa respeitar que aquela ideia deu certo. Ela, no mínimo, precisa visualizar, mesmo não gostando ou rotulando, ou qualquer coisa desse tipo, ela precisa olhar e dizer “opa, eu também não posso não enxergar que deu certo, que o trabalho foi excelente, que teria se consolidado com excelência colocando a faixa da Copa do Brasil. Mas eu gosto do debate e estou sempre aberto a ele. Não me incomoda esse tipo de análise.

No Inter, como você disse, tinha dois jogadores no meio de campo com muita intensidade, o Patrick e o Edenílson. Aqui no Fluminense você conseguirá este mesmo esquema com as peças que tem? Ou não será possível?

Lá era um momento, uma outra equipe, outro ano, características diferentes de jogadores. Aqui é o Fluminense, características outras de jogadores, uma nova ideia. Eu sou um cara fechado na visualização do contexto tático. Sou um cara aberto a essa possibilidade. A ideia inicial não é iniciar com três volantes. Não é. Ali na frente, pode vir a acontecer em algum momento? Pode. Se eu visualizar dentro dos treinamentos e dos jogos que mais forte seremos assim, vou construir uma situação para que o Fluminense seja forte. Esse é o objetivo. Mas a princípio, agora, não. A princípio são com dois volantes, para dar uma estrutura de equilíbrio, e buscar jogadores com outras características nas outras funções. Isso estou falando aqui na teoria. A outra coisa é a prática. É ir pro campo treinar, competir e jogar. Mas a ideia inicial é buscar uma forma de jogar com as características dos jogadores que nós temos potencializando elas.

E já que não pretende utilizar três volantes, dá para usar Ganso e Nenê juntos?

Eu sou um cara aberto. O campo, para mim, é o senhor da razão. Os dois são dois jogadores de qualidade técnica com características muito próximas. O Nenê, com um pouquinho mais de deslocamento. E o Ganso, um meia clássico, passador, de achar aquele último passe milimétrico… Em algum momento os dois podem jogar juntos? Podem. Precisamos treinar e eu conseguir levar essa possibilidade para o campo de jogo. E se, independentemente, dos nomes isso for forte e a estiver respondendo tecnicamente e fisicamente dentro do contexto tático e coletivo, por quê não? Estou aberto a qualquer possibilidade boa para o Fluminense. Em se tratando de jogadores, melhor ainda. Mas, nesse início, não. A princípio, vamos usar um meia, para que ele possa ser esse articulador, esse cara de movimentação. O que não impede de usar durante um jogo, ou, daqui a pouco, em um início de jogo também. Preciso ver isso no treino. Depois precisamos usar no jogo para que o jogo também nos dê resposta. Mas são dois grandes jogadores, de qualidade, e eu estou atento a todas as situações. Que consigamos, independentemente de ser com dois, com um, ou com todos os outros jogadores do grupo, formar uma equipe forte, que consiga vencer. Esse é nosso objetivo. O objetivo do Nenê, do Ganso, o meu.

Quando Ganso estreia em 2020?

O Ganso está fazendo uma pré-temporada, buscando sua melhor condição física, técnica, em todos os sentidos. E assim que ele estiver à disposição, pretendemos usar. Se vai ser de início, ou entrando, isso tudo o dia a dia e a sequência nos vão afirmar melhor. O que mais importa é que são dois grandes jogadores. E cabe a mim, como treinador, saber usar os dois da melhor forma possível para o Fluminense. E é isso que eu vou fazer. Meu trabalho é incessantemente buscar que os dois rendam o seu melhor para o Fluminense, juntos ou não.

Está aberto à chegada de Fred?

Fred é um grande jogador, um ídolo do torcedor. E falo o que o presidente falou. Todas as situações externas que acontecem quando você toca no nome de um jogador podem mudar uma negociação, que pode aumentar, diminuir. Então, aqui trabalhamos da seguinte forma: conversamos aqui e, quietinhos, da nossa sala, dentro do que pensamos, trabalhamos para trazer os melhores jogadores ao Fluminense. Agora, falar do Fred qualquer coisa, nesse momento que ele é jogador de uma outra equipe, o que posso dizer é que é um grande jogador, grande ídolo, terceiro maior goleador da história do Fluminense. Deixa ele resolver a situação com o Cruzeiro e estamos quietinhos aqui atentos às situações do mercado.

Via: Globo Esporte