Jornal Povo

Justiça destrava mais de R$ 5,7 milhões que serão usados para pagar atrasados no Botafogo

Os funcionários e os jogadores do Botafogo terão, em breve, um alívio nas contas. A Justiça do Rio liberou o valor pouco superior a R$ 5,7 milhões a pedido do Sindicato dos Empregados em Clubes, Federações e Confederações Esportivas e Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SindeClubes). Pelo acordo, o montante será, obrigatoriamente, aplicado para amenizar a dívida do clube com os trabalhadores.

A decisão foi do juiz titular da 15ª Vara do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo Diniz Maudonet, em audiência nesta quinta com a presença do presidente Nelson Mufarrej e do VP jurídico Domingos Fleury. Este valor vem de parte das cotas pelos direitos de televisão e de premiação do Brasileiro e não passará pelas mãos do Botafogo. Da conta em juízo toda a grana passará ao sindicato, que fará os depósitos em nome do clube.

A expectativa é que na próxima segunda-feira o sindicato comece a realizar os pagamentos.

No momento, o elenco do Bota tem a receber o mês de novembro (parte dos atletas), dezembro e o 13º salário, fora direitos de imagem. Para os demais funcionários, estão em aberto novembro, dezembro e a segunda parcela do 13º. Janeiro vence na próxima semana, no quinto dia útil de fevereiro.

Ação corre desde novembro

A solicitação do sindicato corria na Justiça desde o último dia 4 de novembro. Trata-se de um pedido de bloqueio com o objetivo de ter preferência sobre outras penhoras de âmbito fiscal, cível e trabalhista que o clube recebe com frequência, frutos de outras dívidas.

O acordo estava feito desde 17 de dezembro. Mas, pela proximidade do recesso e com pontos ainda a esclarecer, o juiz responsável resolveu deixar a definição para o fim de janeiro, mais precisamente esta quinta-feira. No último dia 7, clube e sindicato tentaram antecipar a audiência para não atrasar ainda mais o pagamento, porém o pedido foi novamente negado.

Com a ação, os funcionários conseguiram pular a fila devido à “natureza alimentar” do problema, como diz o processo. Ou seja, por motivos de subsistência.

O valor total da premiação é de R$ 11,9 milhões. Desse montante, R$ 2.219.688,00 foram penhorados a favor da empresa do ex-goleiro Roger, enquanto R$ 3,8 milhões já haviam sido utilizados pelo clube para cobrir despesas.

Em 2019, não foram poucos os relatos de alvinegros em dificuldades devido aos atrasos. Tanto que os jogadores chegaram a juntar dinheiro para cestas básicas, e parte dos torcedores arrecadaram quase R$ 15 mil para ajudar.