Jornal Povo

Prazo de Witzel para melhorar qualidade da água termina, mas moradores do RJ seguem relatando problemas

O prazo de uma semana dado pelo governador do Estado do Rio de Janeiro para que a qualidade da água fornecida para parte da Região Metropolitana fosse normalizada terminou mas, nesta quinta-feira (30), moradores da capital fluminense seguem reclamando do cheiro e do gosto do que chegava às torneiras.

Samira Santa Marta, que mora na Freguesia, na Zona Oeste do Rio, ligou para vários amigos e vizinhos que afirmam que a água, assim como na casa dela, segue com gosto e cheiro de terra.

Para driblar o problema, ela elaborou diversas estratégias no dia a dia doméstico.

“Você lava a louça, coloca para escorrer, mas fica aquele cheiro de terra. Eu deixo pegando um ar antes de colocar no armário para sair esse cheiro”, contou Samira.

Quando escova os dentes após as refeições, ela enfrenta mais dificuldades para driblar o problema. “No meu trabalho, no Rio Comprido, quando eu vou escovar os dentes, a água tem um cheiro e gosto muito forte”, disse.

Em casa, ela mantém uma garrafa nos banheiros da casa.

Na quarta (29), a Cedae começou a usar argila ionicamente modificada para reduzir o problema. A ideia é que, somada ao carvão ativado, ela diminua o gosto ruim. Enquanto o carvão é adicionado dentro da estação de tratamento, a argla é colocada ainda nos mananciais.

O professor e engenheiro sanitarista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Adacto Ottoni, questiona a solução dada pela empresa.

“Você não está trabalhando com efluente industrial, mas sim num organismo vivo, que é uma lagoa. E essa lagoa é uma bomba relógio. Não pode mexer muito essa água para não remover a porcariada que está no fundo, com esgoto, lixo, e bactérias decompositoras”, explicou Ottoni.

Segundo ele, é preciso um monitoramento ambiental rígido e o desvio dos rios Queimados e Ipiranga, dois dos principais focos de despejo de esgoto na lagoa do Rio Guandu.

Via: G1