Jornal Povo

MPF denuncia família inteira no esquema de corrupção no porto de Itaguaí-(RJ)

Rio – A denúncia do Ministério Público Federal que apontou um esquema de corrupção na alfândega do Porto de Itaguaí-RJ, com envolvimento de auditores da Receita Federal, mostrou a ação de quatro integrantes de uma mesma família. Outros dois auditores também envolveram seus pais e esposas.

MPF do RJ

Ao todo, são 15 os denunciados, sendo 7 aditores. São acusados de corrupção passiva, corrupção ativa, facilitação de contrabando e prevaricação nas atividades na alfândega do porto, que fica em Sepetiba (RJ).

Segundo a denúncia, o esquema envolvia entrada irregular de produtos no país sem fiscalização ou em desacordo com as normas de regulamentação vigentes, inserções de informações falsas em notas fiscais relativas a valores e pesos, bem como a exigência abusiva de laudos técnicos para liberação de mercadorias, cobrando-se valores extorsivos, também sendo noticiada a cobranças de “taxas de urgência” e “caixinha” para pronta liberação das cargas, que variam de 5 mil a 30 mil reais.

A denúncia foi feita pelo juiz Marcelo Bretas, da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

Juiz Marcelo Bretas

A auditora Cláudia Abreu Cavalcante, que foi lotada no porto entre 2005 e 2017, quando se aposentou, não foi a única de sua família indiciada. O MPF identificou atuação de seu pai (Clóvis Cordeiro Cavalcante), de sua mãe (Marília Lúcia Abreu) e do filho (Pedro Cavalcante dos Santos), de uma sócia do filho (Maria Silva Mayrink Teixeira) também está na denúncia.

Os procuradores concluíram que a família de Cláudia Abreu teve expressivo aumento patrimonial. Ela teria usado o filho para blindar o patrimônio e doou oito imóveis para ele em 2015, sendo cinco obtidos naquele ano. duas lojas – Kathmandu Confecção de Roupas Importação e Exportação e Maui Bar (um quiosque na orla da Barra da Tijuca) foram parte do esquema de lavagem de dinheiro.

No período analisado, de 2011 a 2016 – em que tiveram seus sigilos bancários e fiscal quebrados – ela e os familiares movimentaram em suas contas R$: 38 milhões de reais no débito e 38 milhões no crédito. Cláudia, sozinha, movimentou R$: 9,9 milhões em débito e R$: 9,8 milhões em crédito. seu filho teria movimentado uma quantia equivalente a R$: 6 milhões de reais no débito e R$: 5.8 milhões no crédito.

O advogado da família Gabriel Miranda dos Santos que defende os cinco, disse que o processo está ainda numa fase muito preliminar e garante que irá provar a inocência de todos os citados durante o curso do processo.

“Durante a ação, vamos mostrar que houve cometimentos de crimes”, disse Gabriel dos Santos ao radar, na semana passada.

O auditor Expedito Antônio Júnior também envolveu seus pais – Expedito Antônio e Noêmia Daflon Antônio. Ora inseria os pais como seus dependentes ora não. Nos seus suspeitos aparece uma moto de 1.000 cilindradas. Entre os negócios feito com seus pais está a compra de objetos de decoração e eletrodomésticos de alto valor.

Radar tentou ouvir Expedito Antônio Júnior e os filhos, e os demais citados por intermédio da Receita Federal no Rio de Janeiro, onde estão subordinados. Nominou todos. Mas o órgão respondeu que tomou suas atitudes e afastou os envolvidos dos cargos de chefia. Os outros citados também não foram localizados.

Os outros acusados são: Alexandre Miguel (auditor) Renato Coelho (auditor) Washington Façanha Lofti (auditor) e a esposa, Silvia de Oliveira Lofti. Gilson Bruno Pinto (auditor), Josafá Beserra Siqueira (auditor).

Porto de Itaguaí – RJ

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