O Fluminense só empatou com o Unión La Calera na estreia na Copa Sul-Americana, e o resultado amargo de 1 a 1 obriga o time a buscar um resultado favorável no Chile. Após a partida, o técnico Odair Hellmann reconheceu que o time ficou devendo no primeiro tempo, reclamou do gol sofrido que teve origem em um lateral, mas valorizou a atuação na etapa final:
– Em relação ao primeiro tempo, realmente a gente não conseguiu, com a posse, criar oportunidades de gol, lances perigosos, finalizações. Já no segundo tempo foi bem diferente, além da posse, a gente conseguiu produzir situações claras de gol. Antes do próprio gol, a gente saiu na cara com o Miguel, criou situações importantes, fez o gol. O jogo estava totalmente controlado – disse e acrescentou:
– E o gol, sabe como a gente tomou o gol? De uma cobrança de lateral, não foi de contra-ataque, não foi porque nós estávamos com dois, três ou quatro a mais. Foi de uma situação até que nós evitamos o contra-ataque.
O técnico também explicou a opção de não ter começado o jogo com, pelo menos, Marcos Paulo ou Evanilson em campo. Recuperados de lesões na coxa, os atacantes foram relacionados pela primeira vez no ano e participaram do gol tricolor:
– O Evanilson estava dentro do planejamento jogar 25, 30 minutos, o Marcos Paulo, 45, talvez menos. A gente ainda está colocando jogadores para estrearem. Mas foi bom, porque eles entraram e entraram bem. São jogadores importantes para o grupo. Que pena que num jogo que o adversário se propôs a defender e teve uma bola, conseguiu o gol.
O jogo de volta será no dia 18 de fevereiro, às 19h15 (de Brasília), no Estádio Nicolás Chahuán Nazar, em La Calera, no Chile. Quem vencer passa para a segunda fase. Empate por dois ou mais gols classifica o Fluminense, enquanto novo 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis.
Antes, porém, o Tricolor volta o foco para o Campeonato Carioca e tem pela frente o clássico com o Botafogo no domingo, às 16h, no Maracanã, valendo vaga na semifinal da Taça Guanabara.
Veja outras respostas de Odair:
CALENDÁRIO APERTADO E PRESSÃO POR RESULTADOS
– Isso influencia na sequência, realmente, mas todos têm esse tempo. Nós estamos construindo uma nova equipe, temos mais dificuldades ainda, porque tem menos entrosamento, menos peças que ano passado estavam no processo. Então é uma construção da base, mas acho que a gente tem aproveitado muitas coisas interessantes. Claro que tem dificuldades, isso faz parte e está dentro de uma normalidade.
– Depois de seis jogos, Evanilson e Marcos Paulo, que lá no início talvez iniciassem a primeira partida, só puderam entrar hoje 30, 35 minutos, o outro 45. Caio ainda nem conseguiu estrear. A dificuldade do treinamento é o seguinte: quando você joga e tem esse tipo de situação, você não consegue treinar os caras ao mesmo tempo. É uma dificuldade. Eu, como treinador, sei disso, nós todos sabemos disso. Nós estamos tentando superar com qualidade, entrosamento, conversa, vídeo e com a possibilidade dentro do que a gente tem de treinar. Vai oscilar algumas vezes, vai ter uma situação que a gente precisa corrigir, mas como eu falo mesmo na vitória, tem que sempre estar apto a correções para a próxima partida.
– Mas no contexto geral das seis equipes, tem muito mais situações positivas do que negativas.
MARCOS PAULO E EVANILSON NO BANCO
– Marcos Paulo e Evanilson fizeram três treinamentos com bola. É que o departamento médico, o departamento de fisioterapia, a fisiologia, a parte física… Eles fizeram uma recuperação fantástica desses dois jogadores.
– Não era nem para eles estarem em campo, pela lesão que tiveram. Mas a competência dos departamentos fez com que esses jogadores antecipassem essas possibilidades.
– A gente poderia iniciar com eles, mas um jogador que está há muito tempo, que não conseguiu fazer a pré-temporada, que fez três treinamentos com a bola, ia sentir a parte de ritmo muito mais forte nesse primeiro tempo. Talvez não pudesse nem fazer 45 com vigor. Tanto que os dois sentiram no segundo tempo. Eles entraram com muita vontade, muita movimentação, mas com o passar do tempo, eles também foram perdendo o ritmo.
– Estava tudo dentro do planejamento. Que bom que a gente conseguiu colocar eles nesse tempo e que eles conseguiram dar boa resposta técnica, física, mas eles vão evoluir muito ainda. Foi tudo muito bem pensado, planejado. Deu certo nesse sentido. Quero aqui parabenizar publicamente aos departamentos por toda essa recuperação dos jogadores, que não eram nem para estar no jogo de hoje.
JOGO DA VOLTA
– Teoricamente a vantagem era nossa. Teoricamente era nossa e empatamos o jogo, em um chute, uma finalização de um time. Então teoricamente não era para ter empatado o jogo. E teoricamente nós vamos para lá sem nada resolvido, vamos para lá com todas as condições de buscar a classificação. Agora nós temos que nos aproximar dos 90 minutos do segundo tempo que a gente fez hoje. Certeza que nós temos maiores ou grandes possibilidades para fazer o resultado lá e classificar. Tanto na teoria, quanto na prática.
SEQUÊNCIA ‘INGRATA’
– Se você não produzir e não evoluir, certamente os resultados não vão vir. Os resultados até agora aconteceram porque a gente produziu também, muito mais coisas positivas do que negativas, mesmo com tudo isso que a gente sabe… de dificuldades. Quando eu falo sobre isso, eu não estou aqui dando desculpas.
– Mágica ninguém faz. Não tem ninguém fazendo mágica no futebol profissional. Com sete treinamentos, com jogo de três em três dias, se perguntar para qualquer profissional, ele vai te falar isso. Mas a gente sabe que é para todos, então nós temos que superar as situações.
– Nós tivemos outros problemas, que talvez alguns não tiveram: lesões, situações de inscrições, que talvez lá atrás os jogadores pudessem ter jogado as primeiras partidas juntos para criar um entrosamento maior. Todos deveriam saber que é a construção de uma equipe nova. Precisamos frisar isso porque ela precisa de tempo. Não se constrói nada sólido da noite para o dia no futebol. A gente sabe que em algum momento pode oscilar, até se você pegar pelos resultados, foram seis jogos, quatro vitórias, um empate e uma derrota.
– Empate ruim, porque foi num jogo decisivo. Derrota ruim, porque já poderia ter confirmado a classificação (para as semifinais da Taça Guanabara). A gente sabe de tudo isso. A gente tem a leitura bem clara da situação. A gente precisa ter calma também, porque se não talvez a gente possa dar o salto maior do que a perna, e aí cria mais dificuldade ainda.
– Sabemos daquilo que a gente precisa evoluir, trabalhar. Nas vitórias, eu falei a mesma coisa. Eu não vim aqui nas vitórias dizendo que nós tínhamos encontrado a equipe, tínhamos definido uma situação ideal de prosseguir, não, porque ainda não é. Vai chegar o momento para isso, para cobrar isso. Claro que nós precisamos responder com resultado e tentando o melhor desempenho possível coletivamente, porque é assim que eu acredito: com o melhor desempenho, com uma ideia bem constituída, vamos ficar mais próximo de conseguir os resultados, foi assim que aconteceu nessas seis partidas.
JOGO CONTRA BOTAFOGO
– Jogo decisivo. Na sequência, nós vamos buscar nossa classificação em mais um jogo decisivo. Copa do Brasil só tem uma partida… Volta de Sul-Americana. É isso. E é para isso que nós precisamos estar preparados. Continuar fazendo as coisas boas e evoluir naquilo que a gente precisa evoluir, o mais rápido possível, com tempo ou sem tempo para treinar. A gente precisa encontrar, vai encontrar e está encontrando fórmulas e soluções para que a gente possa sempre melhorar, estancar uma situação de dificuldade. Coletivamente, esse grupo, tem trabalhado muito, dado uma resposta muito positiva nesse sentido. Para o pouco tempo que a gente tem junto, era para estar com muito mais dificuldade. Tem superado até as expectativas em relação a isso.
JOGAR SEM OU COM CENTROAVANTE
– Se a gente pegar os dois jogos (Boavista e La Calera), mostrou uma característica do adversário muito próxima. Os dois com bloco baixo de marcação, nós com a posse de bola, com o controle do jogo, com pré-domínio de jogo. Nós tivemos dificuldades no primeiro e melhoramos no segundo. Então a gente consegue também visualizar uma leitura do adversário que está montando uma estratégia contra a gente. Não tinha acontecido ainda, a gente jogou a primeira partida fora, depois joga um clássico, há um enfrentamento.
– Apareceu essa situação nova para nós agora, então a gente precisa criar alternativas para, quando encontrar um próximo adversário com características semelhantes, a gente encontre soluções diferentes. Acho que no segundo tempo a gente já conseguiu ter mais soluções do que no outro jogo e com características diferentes, com posicionamento diferente. Essa é a evolução e o crescimento que a gente vai fazendo nesses enfrentamentos e tendo essas dificuldades.
– São poucos jogos nesse sentido para fazer, mas muda a característica, você consegue ter um cara que tem uma movimentação de armação e outro para dar profundidade. Talvez com dois jogadores com características de meias, os dois produzam essa sensação de movimento muito próximos e a gente quer um pouquinho de profundidade. Mas isso também precisa de tempo para treinar. Eu preciso ter os caras juntos, os caras à disposição para a gente ir criando esse tipo de movimento dentro de campo.
– Acho que dentro de tudo que, todos esses jogos nos apresentaram, acho que nós fomos conseguindo ultrapassar as barreiras, as situações que os adversários foram nos impondo, e também já clareando situações para os próximos jogos. Se vai ser com características diferentes, se vai ser com uma referência, são soluções diferentes que a gente vai buscar.
PRIMEIRA VEZ QUE REPETE UMA ESCALAÇÃO
– Todas as escalações que eu coloco são as melhores que eu tenho à disposição naquele momento.
– Eu não trabalho com 10 ou 12 jogadores, porque se fosse trabalhar com 10, não precisava ter 32 no plantel, não precisava ter esse investimento todo. Eu trabalho com 32, 34, 36, eu os valorizo todos os dias na minha forma de treinar, nos meus métodos de treino, para que todos possam treinar ao mesmo tempo, mesmo conceito. E jamais não faria isso em todos os outros sentidos.
– Sei da necessidade do grupo, necessito de jogadores que possam estar naquele momento jogando. Pode ter certeza que o time que eu colocar domingo é o mais forte na nossa visão, avaliação, mais forte em todos os aspectos para que ele possa entrar em campo e representar nós todos que estamos aqui trabalhando, nosso torcedor e que a gente possa conseguir a vitória.
MARCOS PAULO E EVANILSON NO PRÓXIMO JOGO
– Vão estar melhores. Eles tiveram três trabalhos com bola, eles foram evoluindo gradativamente, com todo cuidado, dentro dos protocolos que os departamentos têm, com toda segurança. Já imaginou se nessa recuperação a gente machuca novamente, então foi feito todo um protocolo, todo um cuidado. Por isso que eu parabenizo (os departamentos), porque dentro de uma normalidade esses jogadores talvez não eram nem para estar hoje à disposição.
– Hoje eles não iniciaram, em algum outro momento eles vão iniciar. Todos são importantes. Estar sem jogadores que não puderam ser inscritos lá no início nos causou dificuldade, não dando possibilidade para esses caras jogarem juntos lá no início, as lesões também, então só agora estamos começando a ficar com quase todos os jogadores à disposição. Isso é bom para que eu possa trabalhar, visualizar possibilidades diferentes nas circunstâncias que vão aparecendo.
– Com certeza eles estarão melhores para a próxima partida e com certeza vão estar melhores para o jogo de volta da Sul-Americana.
FERNANDO PACHECO, WELLINGTON SILVA E GANSO
– A direção está fazendo todo esforço para que aconteça (regularização de Pacheco e Wellington Silva ainda para o fim da Taça Guanabara).
– E a situação do Ganso, nós vamos visualizar da mesma forma que fizemos com Marcos Paulo e Evanilson, para quando o Ganso estiver à disposição, esteja bem, esteja se sentindo fortalecido para que possa jogar seu futebol. Os departamentos, eu fiz o elogio, porque realmente são profissionais muito competentes. Então vou conversar com todos para ver a situação de cada um.
– Tomara que o mais rápido possível a gente possa contar com todos os jogadores para que eu possa treinar todos juntos e aí usá-los da melhor forma, buscando uma equipe forte, um grupo forte para gente seguir nesses desafios que a gente tem pela frente e que a gente consiga ultrapassá-los e seguir nas competições, tanto no Carioca, quanto na Sul-Americana e Copa do Brasil.
Fonte: Globoesporte